Ataque hacker desvia R$ 400 milhões via Pix de contas do HSBC; governo suspeita de retaliação após Operação do Carbono Oculto
Segundo a empresa, a invasão hacker atingiu um número limitado de instituições financeiras para as quais a Sinqia presta serviços e afetou apenas a operação brasileira
Banco Central comunicou o vazamento de dados via Pix. (Foto: Adobe Stock)
A empresa de infraestrutura bancária Sinqia sofreu um ataque hacker na noite de sexta-feira (29), no ambiente em que opera transações de Pix. A empresa confirmou a invasão cibernética. Segundo o site Neofeed, primeiro a publicar a informação, o ataque teria desviado R$ 400 milhões de contas do HSBC para laranjas.
Procurado, o Banco Central (BC) e o HSBC não responderam até a publicação desta nota.
Segundo a empresa, a invasão hacker atingiu um número limitado de instituições financeiras para as quais a Sinqia presta serviços e afetou apenas a operação brasileira. As investigações ainda estão em curso.
Em julho, outro ataque envolvendo Pix desviou R$ 800 milhões. Neste caso, ele foi praticado contra a C&M Software, outra fornecedora de infraestrutura à instituições financeiras – relembre aqui. No caso, porém, não foi uma invasão. Criminosos tinham um login de acesso verdadeiro de algum cliente da C&M e, de posse dessas informações, tiveram acesso aos dados para realizar as transações.
Como a Sinqia, a C&M administra a troca de informações entre instituições financeiras brasileiras ligadas ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) – estrutura que permite a transferência de dinheiro entre contas no País e garante que pagamentos com Pix e boletos, por exemplo, sejam processados. As investigações mostraram que um dos funcionários da C&M havia cometido o crime e ele acabou sendo
Governo suspeita de retaliação do PCC
Autoridades do governo consideram provável que o ataque hacker tenha sido coordenado por organizações do crime organizado.
Uma pessoa que acompanha o assunto e pediu para não ser identificada afirmou que não é possível descartar a possibilidade de o ataque ter ocorrido como retaliação às três operações deflagradas pela Polícia Federal contra a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na quinta-feira (28).
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o ataquehacker ao Pix mirou uma cifra bem superior aos R$ 400 milhões movimentados. De qualquer forma, mais de 80% do montante efetivamente desviado já foi bloqueado. Quando as investigações forem concluídas, os valores serão devolvidos.