Azul enfrenta recuperação judicial nos EUA (Foto: Adobe Stock)
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Azul (AZUL4) exibem forte queda no pré-mercado de Nova York, após a empresa ter protocolado pedido de Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial) nos EUA. Os papéis recuam 40,18% nesta manhã, cotados a US$ 0,29.
A companhia afirmou há pouco que objetivo da reestruturação é eliminar de mais de US$ 2,0 bilhões em dívidas. A aérea disse que garantiu um financiamento DIP (Debtor-in-Possession Financing) de aproximadamente US$ 1,6 bilhão de parceiros financeiros, que será usado para refinanciar certas dívidas existentes e prover cerca de US$ 670 milhões em nova liquidez durante o processo.
Ao final do processo de recuperação judicial da Azul, está prevista a amortização do DIP com os recursos de uma oferta de subscrição de ações de até US$ 650 milhões, com garantia firme dos referidos investidores. A empresa também prevê um possível investimento adicional de até US$ 300 milhões por parte da United Airlines e American Airlines, sujeito a determinadas condições. Esse pacote completo de financiamento viabiliza uma saída estruturada e acelerada do processo.
Durante todo o processo de reestruturação da Azul via Chapter 11, clientes, tripulantes e parceiros permanecem como prioridade da Azul, segundo a empresa. A Azul continuará voando e operando normalmente, enquanto mantém seus compromissos durante este processo.
A empresa fechou acordos com credores que garantem financiamento de saída, incluindo até US$ 950 milhões em aportes de capital, viabilizando caminho acelerado para a saída do processo e posicionando a Azul como líder de longo prazo no setor na região.
A Azul (AZUL4) entra com o pedido de recuperação judicial após anos 4 anos seguidos de prejuízos bilionários. Em 2020, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 10,17 bilhões. Em 2021 o prejuízo foi de R$ 4,7 bilhões. No ano seguinte o prejuízo foi de R$ 1,37 bilhão. Em 2023 o número foi negativo em R$ 700,3 milhões. No ano passado, a empresa teve prejuízo de R$ 8,23 bilhões.