AAzul (AZUL4) informou nesta sexta-feira que o Tribunal dos Estados Unidos aprovou o seu plano de reorganização, etapa decisiva para a conclusão de seu processo de reestruturação. O plano recebeu mais de 90% de aprovação em todas as classes de credores elegíveis, bem acima do necessário para a validação pela Corte.
Com a decisão, a aérea abre caminho para encerrar o processo no início de 2026, após a conclusão das transações previstas.
Segundo o CEO a companhia, John Rodgerson, o amplo apoio de credores e parceiros estratégicos, como AerCap, American Airlines e United Airlines, “reforça a confiança” na estratégia e no plano de negócios da empresa. “Estamos posicionados para concluir este processo com um melhor índice de alavancagem e um balanço mais robusto do que o esperado”, afirmou.
O plano prevê uma reestruturação profunda do balanço da Azul, com redução de mais de US$ 3 bilhões em dívidas, arrendamentos e custos recorrentes de frota. Também inclui uma oferta de direitos de ações de até US$ 950 milhões, dos quais US$ 850 milhões já estão assegurados por parceiros estratégicos.
A proposta ainda incorpora acordos comerciais e revisões nos contratos de arrendamento, ampliando a flexibilidade financeira da empresa.
A expectativa é que a reestruturação seja finalizada no início de 2026, com a emissão das novas ações previstas no plano.
Durante o processo, a Azul mantém operação normal em sua rede de mais de 130 destinos, reafirmando o compromisso com clientes e tripulantes e destacando que sairá do processo mais resiliente, competitiva e preparada para crescer de forma sustentável.
Aprovação do plano da Azul é positiva, avalia BBI
O Bradesco BBI avalia que a Azul está a caminho de sair em breve do Chapter 11 após o Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York aprovar o seu plano de reorganização.
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Na visão do banco, a companhia deve sair da situação com um balanço patrimonial mais saudável e reforçado, diante da redução da dívida total após as conversões em ações, da nova estrutura de pagamentos de leasing e do novo capital de US$ 950 milhões.
Por outro lado, os analistas André Ferreira, Matheus Sant’Anna e Leandro Neto afirmam que esperam uma diluição maciça do capital social da Azul devido às consideráveis conversões de dívida.
Esse cenário deixaria os detentores de títulos de primeira linha a ficarem com uma participação de aproximadamente 97% e os de segunda linha com cerca de 3%, após a conversão. Como resultado, o Bradesco BBI aponta que os acionistas atuais devem ter suas participações próximas da diluição total.
O que fazer com as ações da Azul
A recomendação do banco para as ações da Azul (AZUL4) é Underperform (equivalente à venda). O preço-alvo é de R$ 0,50, o que representa o potencial de queda de 52,83% em relação ao fechamento do papel no último pregão.