

A Azul (AZUL4) anunciou que deixará de atender a 13 cidades, cortanto 53 rotas de sua malha que apresentam menor rentabilidade. A operação foi feita sob o regime do Chapter 11 – a recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
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A Azul (AZUL4) anunciou que deixará de atender a 13 cidades, cortanto 53 rotas de sua malha que apresentam menor rentabilidade. A operação foi feita sob o regime do Chapter 11 – a recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
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A companhia ainda não revelou quais cidades e rotas serão afetadas, mas informou que deve concentrar a operação em seus principais hubs (ponto central de conexão ou um centro de atividades) – Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, dependendo menos das conexões.
Além disso, a Azul pretende reduzir em 35% a sua frota, visando aumentar sua receita com foco em estratégias comerciais baseadas em tarifas médias mais altas.
“A redução da capacidade permite que a empresa se concentre na demanda de maior rentabilidade e na otimização da precificação com redução da dependência da demanda de conexão”, explica a Aérea.
Desde que entrou com o pedido de recuperação judicial, no final de maio deste ano, a Azul busca eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas existentes e levantar US$ 1,6 bilhão em financiamento Debtor-in-Possession Financing (DIP), que se refere a uma linha de financiamento para manter as operações da companhia durante o processo.
Analistas do mercado financeiro estimam que a RJ dificulta o processo de fusão com a Gol (GOLL4) e pode causar uma diluição de quase 100% do acionista minoritário.
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Para Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, o principal fator que deve preocupar o investidor é a diluição na participação acionária da companhia.
Segundo ele, a Azul já passou por um processo de reestruturação com os credores no qual a posição acionária do investidor poderia ser diluída em até 95%. Todavia, esse processo deu errado e a diluição não se concretizou. “Com a entrada na recuperação judicial, isso tende a ficar pior, com a possibilidade para a diluição chegar a 99%”, disse Horta. Leia mais sobre isso nesta reportagem.
Segundo especialistas consultados pela reportagem, a recuperação judicial da Azul pode alterar significativamente o cenário competitivo do setor aéreo brasileiro. Com a Azul focada em sua reestruturação financeira, concorrentes como Gol e Latam podem buscar ampliar sua participação de mercado, especialmente em rotas onde a Azul pode reduzir presença.
Por outro lado, conforme explica Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial, a entrada de novos investidores na Azul, como as companhias americanas United Airlines e American Airlines, que se comprometeram a injetar recursos na empresa, pode fortalecer a posição da Azul no médio e longo prazo, aumentando a competitividade do setor.
Mesmo assim, o processo de Chapter 11 da Azul pode afetar a confiança de investidores no setor de aviação como um todo. “A recuperação judicial de uma das principais companhias aéreas do país pode gerar desconfiança entre investidores, tanto no setor de aviação quanto no turismo em geral. A percepção de instabilidade financeira e operacional pode levar a uma maior cautela na alocação de recursos, impactando investimentos futuros”, ressalta Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos.
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