

A Azul (AZUL4) vai propor a seus acionistas, em assembleia no próximo dia 25, uma conversão automática de ações preferenciais (PN, sem direito a voto) em ordinárias (ON, com direito a voto). A proposta vem em seguida a um aumento privado de capital da companhia área, que pode chegar a R$ 6,2 bilhões, e seria feito só com ações PN.
A companhia aérea terá que mudar seu estatuto para permitir a conversão dos papéis. Já a troca das ações será obrigatória e prevista para acontecer até setembro de 2026 ou na data de uma combinação de negócios com a Gol (GOLL4), de acordo com documentos oficiais.
“A proposta fortalece a governança da companhia e faz parte de sua reestruturação, visando fortalecer a geração de caixa e melhorar a estrutura de capital”, justifica a Azul.
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Cada ação ON dará direito a um voto em assembleias da Azul. Já a conversão das ações PN em ON vai se dar “conforme seu valor econômico apurado quando da conversão”. Mais metade das ações preferenciais devem estar presentes na votação para que a resolução seja aprovada.
A Azul anunciou recentemente a conclusão de renegociação com credores que prevê a eliminação de US$ 1,9 bilhão em dívidas e obrigações e recebimento de US$ 525 milhões em novo capital.
No processo, US$ 550 milhões em dívidas dos arrendadores de aeronaves vão ser convertidos em 94 milhões de ações PN. Detentores de títulos de dívidas (bonds) que somam US$ 784 milhões serão conversíveis até 47,5% em ações PN da companhia aérea e 52,5% em um instrumento conversível.
O que muda com a conversão das ações da Azul?
Após o anúncio do aumento privado de capital, na última quarta-feira (5), as ações da Azul fecharam com queda de quase 9%. Além da pressão dos juros e do dólar, pesou também o risco de diluição da participação dos acionistas diante da operação, segundo operadores.
Os analistas do BTG Pactual estimam que a diluição de capital após a reestruturação de dívidas será aproximadamente de 80%, assumindo a emissão de 94 milhões de novas ações no aumento de capital.
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Com a conversação automática de ações, o capital da companhia passará a ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto. A expectativa da Azul é que a medida “permita uma maior participação e direitos de voto iguais para todos os acionistas”, de acordo com o documento enviado aos acionistas.
A conversão automática das ações foi uma medida negociada entre a Azul (AZUL4), um grupo de detentores de títulos de dívida e seu acionista controlador, em meio ao processo de reestruturação da dívida da companhia aérea.