Em recuperação judicial, Azul fica fora do Ibovespa; entenda o que acontece com as ações. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Azul (AZUL4) sofreram a pior queda do Ibovespa no dia de sua despedida do índice da B3. Nesta quinta-feira (29), os papéis da empresa encerraram o pregão em baixa de 6,8%,a R$ 0,96. Na véspera, a companhia aérea anunciou que protocolou o pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial nos Estados Unidos.
Devido ao pedido de Chapter 11, a B3 excluiu o papel AZUL4 de todos os índices em que estava listado, sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes de cada carteira.
O pedido de reestruturação da empresa também mexeu com as recomendações de analistas sobre as ações. Tanto a XP Investimentos quanto o BTG Pactual colocaram a cobertura dos papéis sob revisão.
Diante do financiamento inicial de US$ 1,6 bilhão e do potencial suporte da United e American Airlines no processo de reestruturação da Azul, a XP estima que o processo se conclua no primeiro trimestre de 2026. Já em relação à potencial fusão com a Gol (GOLL4), a corretora espera que o processo sofra atrasos, considerando que o acordo não vinculante, assinado no ano passado, depende parcialmente da conclusão das renegociações da estrutura de capital de ambas as companhias.
A BTG Pactual, por sua vez, afirmou que, dado o atual processo de reestruturação, pretende revisar seu modelo de avaliação para refletir a nova estrutura de capital da companhia aérea. “Inevitavelmente, acreditamos que o pedido de Chapter 11 da Azul colocará em dúvida a viabilidade da fusão pretendida com a Gol, já que esperamos que um acordo só aconteça após a conclusão da reestruturação”, sinaliza.
O banco enxerga que, apesar dos esforços significativos na gestão de passivos e na reestruturação da dívida, a alavancagem financeira continuava sendo um problema para a Azul, especialmente diante da recente volatilidade cambial e da elevação das taxas de juros no Brasil.