Azul enfrenta recuperação judicial nos EUA (Foto: Adobe Stock)
As ações da Azul (AZUL4) abriram em queda de 1,94%, negociadas a R$ 1,01, no pregão desta quinta-feira (29), último dia de negociação da aérea no Ibovespa. Após entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), divulgado ao mercado na última quarta-feira (28), a companhia será excluída do Ibovespa e demais índices da B3 a partir de amanhã.
O pedido de recuperação judicial da Azul visa eliminar US$ 2 bilhões em dívidas e conta com aportes de US$ 300 milhões por parte da United Airlines e da American Airlines. A empresa disse que obteve um financiamento Debtor-in-Possession Financing (DIP), que se refere a uma linha de financiamento para manter as operações da companhia durante o processo, de aproximadamente US$ 1,6 bilhão, obtido de parceiros financeiros, que será usado para refinanciar certas dívidas existentes e prover cerca de US$ 670 milhões em nova liquidez.
Investidores ainda reagem ao rebaixamento da nota de crédito (rating) da Azul pelas Fitch e S&P Global. As agências rebaixaram, respectivamente, os ratings de longo prazo e de crédito de emissor da Azul. “O anúncio foi feito após a Azul registrar uma considerável queima de caixa durante o primeiro trimestre de 2025”, diz a S&P nesta nota.
Além disso, analistas do mercado financeiro estimam que a recuperação judicial dificulta o processo de fusão com a Gol (GOLL4) e pode causar uma diluição de quase 100% do acionista minoritário, levando a indicação de que o investidor não deve comprar o papel. Por volta das 10h50 (de Brasília), os papéis da Gol caíam 0,78%, cotados a R$ 1,27.
Após o pregão desta quinta-feira, a Azul terá seus títulos excluídos dos índices IGCX, IBXX, IGCT, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL, IDVR, IBHB, IBBR, IBEP, IBEW, IBBE, IBBC e IBOV ao seu preço de fechamento, sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores.
Segundo a Bolsa de Valores brasileira, a decisão está em linha com os termos do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3. Os valores mobiliários de emissão da companhia passam a ser negociados sob o título de “Outras Condições”.
Após a decisão da B3, a XP colocou a recomendação da Azul sob revisão e estimou que o processo de recuperação judicial se conclua no primeiro trimestre de 2026, mais rápido do que o da Gol.
Especialistas ouvidos pelo E-Investidor alertam para possíveis riscos aos clientes da Azul diante do novo pedido de recuperação judicial — incluindo incertezas sobre voos já comprados, impacto nos preços das passagens e efeitos na concorrência do setor aéreo brasileiro – saiba mais nesta reportagem.
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Às 11 horas (de Brasília), as ações da Azul (AZUL4) caíam 3,88, negociadas a R$ 0,99. Enquanto isso, o Ibovespa recuava 0,44%, aos 138.271 pontos.