Azzas 2154 (AZZA3) é a empresa que resultou da fusão entre Arezzo e Grupo Soma. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Com estilos conhecidamente diferentes, a parceria entre os empresários Alexandre Birman e Roberto Jatahy na Azzas (AZZA3)— que uniu as companhias Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) — enfrentou discordâncias que se traduziram, inclusive, no preço das ações. Hoje, a divulgação de mudanças no Conselho de Administração e o contexto de uma melhor convivência entre ambos já fizeram os papéis da companhia subirem mais de 6%.
“O Conselho formado no momento da criação do grupo teve um papel fundamental na construção da nossa governança e nos ajudou a chegar ao nível de maturidade que temos hoje. Agora iniciamos um novo capítulo, com foco no aprimoramento contínuo da governança, tornando-a ainda mais ágil e voltada à execução dos negócios. Essa mudança foi construída em conjunto, com diálogo e confiança com o Roberto (Jatahy)”, afirma o CEO da Azzas, Alexandre Birman.
Segundo ele, não haverá mudanças no acordo de acionistas. “Temos falado que ele vai para a gaveta e seguiremos em um novo momento de integração, reforçando uma atuação ainda mais alinhada entre nossas unidades de negócio”, complementou o executivo.
O “levar o contrato para a gaveta” tem o sentido de que cláusulas ali presentes, que travavam alguns pontos da integração das duas empresas, não foram modificadas; no entanto, elas não serão usadas neste momento, com o intuito de priorizar o bom andamento do negócio.
Na nova configuração do Conselho, houve a eleição de Nicola Calicchio Neto como membro independente e novo presidente do colegiado, em vista do pedido de renúncia de Pedro Pullen Parente. A presidência de Parente foi responsável por conduzir o processo de alinhamento entre Birman e Jatahy.
Marcel Sapir, que já ocupa posição de conselheiro, foi indicado como vice-presidente do colegiado, em vista da renúncia de Anna Andrea Votta Alves Chaia. José Ernesto Beni Bologna também renunciou.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azzas (AZZA3) destacou que as mudanças acontecem após um ciclo de conversas em que os controladores da companhia, juntamente com seus respectivos blocos, alinharam-se em uma visão estratégica de longo prazo.