A B3 recebeu a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a constituição do FIP L4 Builder, com capital de R$ 600 milhões, destinado a investimentos no ecossistema de inovação em empreendedorismo, que deve acontecer ao longo dos próximos cinco anos.
Com o FIP, a B3 ganha agilidade nos investimentos, pois as regras da CVM – Resolução 135 – exigem que a bolsa busque autorização na reguladora para qualquer investimento que estiver fora de seu negócio central.
A CVM não tem por praxe proibir a bolsa de fazer investimentos em atividades fora do seu core business, conforme fontes ouvidas pelo Broadcast, mas o processo de autorização atrasa os negócios.
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A decisão favorável, tomada pelo Colegiado por unanimidade, seguindo as conclusões da área técnica (Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários), foi publicada ontem. A B3 conseguiu a dispensa de requisitos normativos para formar o fundo porque se trata de um “investimento financeiro”.
Anunciado em maio do ano passado, o fundo vai selecionar projetos em que a bolsa terá participação societária, acelerando sua presença em negócios com alto potencial de crescimento, conforme a B3. A previsão é de que a B3 seja a cotista única no FIP.
Na mira, conforme a B3, estão setores como os mercados de energia, carbono, finanças descentralizadas, tokenização de ativos, soluções para fintechs e neobanks, crowdfunding e pagamentos. Mas a autorização também abrange finanças descentralizadas, serviços para as áreas de consórcios, consignado e seguros; serviços de cadastro para o mercado financeiro; pre-IPO market; plataformas de negociação no mercado secundário de participações em companhias de pequeno porte; câmbio; e meios de pagamentos.
Na documentação submetida à CVM, está prevista a possibilidade de participação em sociedades limitadas, companhias abertas ou fechadas, sediadas no Brasil ou no exterior, que tenham por objeto principal o desenvolvimento de atividades conexas ou assemelhadas às da B3 segmentos elencados.
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“Desde que o fundo foi anunciado pela B3 ao mercado em 2022, trabalhamos na estruturação e na governança do fundo, visando sua independência”, disse Milena Fório, superintendente jurídico da B3.