B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Divulgação/B3
A B3 anunciou nesta quinta-feira (12) o lançamento de dois índices de renda fixa atrelados a debêntures com classificação AAA, que indica um risco abaixo de inadimplência. Os novos indicadores são o Índice de Debêntures AAA DI B3 (IDEB) e o Índice de Debêntures Incentivadas AAA IPCA B3 (IDEI).
Os novos índices são resultados de duas carteiras teóricas de ativos e têm como objetivo fornecer referenciais que representem o desempenho médio dos preços das debêntures precificadas pela B3 com nota AAA. A Bolsa brasileira leva em conta a medição usada pelas principais agências de classificação de risco.
O IDEB, composto atualmente por 68 ativos e 27 emissores, considera debêntures com remuneração composta por Depósito Interbancário (DI), mais o spread (sobretaxa de juros fixos acrescida ao rendimento de uma debênture). Já o IDEI tem como referência o desempenho médio dos preços das debêntures incentivadas, com remuneração composta por Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais o spread.
Vale lembrar que as debêntures são títulos de dívida que geram um direito de crédito ao investidor e são emitidas por sociedades anônimas de capital aberto ou fechado, sendo utilizadas para financiar projetos ou reestruturar dívidas da empresa. As classificadas como incentivadas são emitidas por companhias para bancar projetos de infraestrutura dos setores de iluminação, mobilidade urbana e saneamento básico. Nesta modalidade, os investidores contam com isenção ou redução de Imposto de Renda (IR) sobre os lucros obtidos, conforme a Lei 12.431/2011.
Ricardo Cavalheiro, superintendente de índices da B3, afirma que a Bolsa está atenta à ampliação do mercado de renda fixa no País e às demandas dos clientes por novos produtos e diversificação de portfólio. “Investir na criação e na gestão de novos índices, com intuito de oferecer cada vez mais produtos que geram oportunidades reais para os investidores, faz parte da estratégia de crescimento da B3 para este ano”, comenta.
Segundo a B3, a criação dos novos índices vem num momento em que a Bolsa observa a quantidade de emissão dessa classe de ativo. No ano passado, a empresa relembra que também começou a aceitar debêntures como garantia para instrumentos de gestão de risco. A ideia é que os novos índices permitam o monitoramento de preços e performances, não só para o investidor pessoa física, mas também para emissores e gestores entenderem em qual patamar estão as taxas de operação.
Regras de formação dos índices
Para compor os índices, serão selecionadas as séries de debêntures com volume emitido igual ou superior a R$ 300 milhões, que tenham um volume médio diário de negociação no mercado secundário igual ou superior a R$ 300 mil e 20% dos dias com negociação nos últimos quatro meses.
Os ativos também precisam apresentar prazo de vencimento superior a um mês na data de rebalanceamento, de tal forma que o vencimento não aconteça durante o período de vigência da carteira teórica. O rebalanceamento dos índices será realizado mensalmente, para refletir as eventuais mudanças ocorridas nas quantidades de mercado dos títulos.
Indicadores de spread
A B3 também anunciou o lançamento de indicadores de spread de crédito baseados no IDEB e IDEI. Os indicadores CDS de Debêntures AAA DI B3 (IDCS) e CDS de Debêntures Incentivadas AAA IPCA B3 (IDPS) refletem, de forma diária, o risco de crédito associado às carteiras dos índices de referência.
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Cada índice de debêntures da B3 terá a publicação diária, em pontos-base, do spread médio ponderado da respectiva carteira de abertura. Assim, os índices de crédito privado da B3 terão, além da publicação dos índices embasados em preço, a divulgação dos instrumentos embasados no spread. Os indicadores de spread seguem as mesmas características de seleção e rebalanceamentos dos índices de referência.
Com os lançamentos, a B3 já soma quatro índices de renda fixa atrelados a debêntures e mais quatro indicadores de spread. No início do ano, a B3 anunciou o lançamento do Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 e do Índice de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3, além dos seus respectivos indicadores de spread. Mostramos os detalhes nesta matéria.