O Bradesco BBI espera que os resultados do setor brasileiro de proteína animal no 1º trimestre de 2025 (1T25) “sejam amplamente sólidos, sem realmente alterar as expectativas para o ano”, informam os analistas do banco, Henrique Brustolin e Pedro Fontana. A temporada de resultados do 1T25 do setor brasileiro de proteínas começará em 13 de maio com a divulgação dos resultados da JBS (JBSS3), seguida pela BRF (BRFS3) e pela Marfrig (MRFG3) em 15 de maio.
No caso da JBS, “vemos os resultados acelerando no segundo trimestre, à medida que os spreads de aves nos EUA atingem máximas históricas, apesar de uma transferência mais fraca das margens da carne bovina dos EUA”, disse o Bradesco BBI. Ainda assim, a história de patrimônio da empresa “agora é principalmente sobre o potencial de reclassificação que a listagem nos EUA deve trazer”, ressaltou. O banco atualizou o preço-alvo da JBS de R$ 48 a ação para R$ 60. O valor ainda está “170 bps acima do que assumimos para Pilgrim’s Pride, implicando uma reclassificação gradual, mas também que o potencial de alta adicional a partir daqui é material. Em nossa meta, a JBS seria negociada a 6,0 x EV/EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] 2025. A JBS continua sendo nossa principal escolha no setor”, observaram.
Quanto à BRF, “estamos reduzindo nosso EBITDA de 2025 para R$ 10,4 bilhões (-7% em relação a nossa estimativa anterior; +3% em relação ao consenso), à medida que incorporamos uma taxa de execução mais fraca no ano após os resultados do 4T24”, comentaram os analistas. “Isso ainda é forte e em linha com os níveis recordes do ano passado mas, se nossas expectativas para o primeiro trimestre se confirmarem, ainda teríamos dificuldade em ver espaço para revisões de lucros para cima, já que as pressões sobre os custos da ração provavelmente se intensificarão”, ponderaram. O Bradesco BBI manteve classificação neutra para BRF e preço-alvo inalterado em R$ 23 a ação.
Com relação à Marfrig, o ciclo negativo do gado nos EUA deve prejudicar os resultados da companhia no segmento de carne bovina este ano, mas a América do Sul deve ser um ponto positivo, onde os resultados devem ser fortes e também proporcionar maior visibilidade sobre como isso será transportado para o futuro. “À medida que incorporamos resultados estruturalmente mais fortes na América do Sul, elevamos nosso preço-alvo para o final de 2025 para R$ 23 a ação ante R$ 19 anteriormente, mas mantemos nossa classificação Neutra inalterada, pois acreditamos que o ciclo negativo do gado na América do Norte continuará se traduzindo em múltiplos mais altos, por enquanto”, conclui o Bradesco BBI.