Geovanne Tobias, CFO do Banco do Brasil (BBAS3), disse que o mercado deve tirar sua “lente de preconceito” contra a instituição e ressaltou que o papel está barato. A declaração foi feita nesta quinta-feira (29), no evento BBDay, que reúne analistas do mercado financeiro para o banco projetar suas expectativas para 2024 e mostrar de forma mais ampla os seus negócios.
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Durante o seu painel de abertura, Tobias disse que não sabe o motivo para o mercado esperar mais da empresa. “Em 2010 éramos negociados a 7,24 vezes o lucro, enquanto hoje somos negociados a 4,7 vezes. Enquanto alguns pares são negociados a 11 vezes”, afirmou o CFO. Quanto maior o indicador, mais cara está a ação.
O Banco do Brasil trocou de gestão logo após o início do mandato do presidente Lula. A nova CEO, Tarciana Medeiros, assumiu o controle do banco no dia 16 de janeiro de 2023. Desde então, o mercado financeiro teme um intervenção estatal na empresa, o que na visão do CFO é algo que não deve acontecer. “Eu tenho hoje uma governança mais robusta do mercado. Veja o histórico de atuação do Banco do Brasil. Isso vem sendo construído tijolo a tijolo por todos esses funcionários de carreira. Somos o único banco listado no novo mercado na B3”, apontou Tobias.
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O Banco do Brasil encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 35,6 bilhões, alta de 11,4% na comparação com 2022. O número foi o mesmo do Itaú (ITUB3; ITUB4) e muito maior que o de outros concorrentes, como o Santander (SANB11) que lucrou R$ 9,4 bilhões e o Bradesco (BBDC3; BBDC4) que teve lucro de R$ 16,3 bilhões em 2023.
Ainda que o Banco do Brasil tenha registrado o mesmo lucro do Itaú, o primeiro se mostrou mais rentável, pois o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) encerrou 2023 em 22,5% no Banco do Brasil e em 21,2% no banco privado.
O CFO também disse que a empresa vai cumprir todos as projeções de resultados para 2024. O banco estima lucrar entre R$ 37 bilhões e R$ 40 bilhões e distribuir 45% desse valor em dividendos para o acionista.
Ele não negou o fato de que a queda dos juros pode ser um fator que pode diminuir o spread bancário, o que para alguns analistas do mercado financeiro pode dificultar o crescimento do lucro do banco. “Os analistas estão preocupados com a queda de juros, que pode nos afetar, mas nós vamos conseguir superar isso com o uso da diversificação de receitas”, detalhou Tobias.
De acordo com o CFO, a diversificação de receitas era responsável por 15% do lucro em 2010, esse número foi aumentando ao longo dos anos. “A diversificação do resultado é super importante, o mercado sempre cobrou isso. Em 2023 a diversificação de receitas foi responsável por 50% do lucro. Esperamos crescer ainda mais em 2024”, disse Tobias.
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