Goldman Sachs tem postura cautelosa com resultados do Banco do Brasil (BBAS3). Foto: Adobe Stock
O Goldman Sachs espera que o Banco do Brasil (BBAS3) registre, no segundo trimestre de 2025, um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 11% – o menor patamar em nove anos, segundo analistas da instituição, distante dos 16,2% registrados no primeiro trimestre e dos 21,6% vistos no mesmo período de 2024. O ROE é um indicador que mede a capacidade de uma empresa de gerar lucro usando seus próprios recursos.
Em relatório divulgado na terça-feira (15), o Goldman também apresentou suas projeções para o lucro do BB, que deve ficar em torno de R$ 5 bilhões no trimestre, uma queda de 32% em relação aos três primeiros meses do ano e de 48% na comparação anual. Os analistas destacam que os números podem ser pressionados pelo aumento das provisões – dinheiro reservado para cobrir os “calotes” dos clientes – nos empréstimos no segmento rural.
“De fato, antecipamos um avanço na inadimplência, levando a um crescimento de 37% nas provisões trimestralmente, alta de 79% em relação ao ano anterior”, avalia a equipe do Goldman.
Por outro lado, os analistas do banco esperam uma melhora na margem financeira, com alta trimestral de 4%, refletindo um menor impacto do custo de captação em relação aos três primeiros meses de 2025. “Também projetamos uma recuperação sazonal nas receitas com tarifas, enquanto as despesas devem crescer em linha com essas receitas e com a inflação.”
Qual banco deve se sair melhor no 2º trimestre?
As preferências do Goldman são o Nubank (NU) e o Itaú (ITUB4). No caso do primeiro, o time de analistas projeta um lucro líquido de US$ 623 milhões no segundo trimestre, avanço de 28% na comparação anual, beneficiado pela valorização do real e por maiores volumes de crédito em moeda local, apesar do custo de risco ainda elevado.
Já o Itaú pode registar lucro líquido de R$ 11,3 bilhões, 12% mais alto do que no mesmo período de 2024, com ROE de 22,9%. O Bradesco (BBDC4) é outro que deve se destacar, com lucro de R$ 6 bilhões, alta anual de 28%, e ROE de 14,4%.
O Inter (INTR), por sua vez, tem lucro líquido estimado em R$ 316 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 53% em relação ao mesmo intervalo de 2024, com melhora do ROE para 14%, mesmo com o custo de risco mais elevado e com a margem financeira pressionada, por conta da inflação mais baixa.
Do lado mais pessimista, além do Banco do Brasil, Goldman também mantém postura cautelosa com o Santander (SANB11), projetando que o lucro da companhia recue 2% na comparação trimestral para R$ 3,8 bilhões, com ROE permanecendo em 16,5%.