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Bancos brasileiros têm capital saudável mesmo com proventos altos, diz Fitch

A distribuição de dividendos e JCP atingiu em 2023 o maior porcentual em relação aos lucros acumulados

Bancos brasileiros têm capital saudável mesmo com proventos altos, diz Fitch
(Imagem: phonlamaiphoto, em Adobe Stock)

Mesmo com distribuições de proventos aos acionistas mais robustas, os bancos brasileiros mantêm índices de capitalização saudáveis, de acordo com a agência de classificação de risco Fitch. De acordo com a casa, o apetite de crédito moderado, a geração sustentável de capital e incertezas quanto à agenda tributária do governo ajudam a equacionar os dois fatores.

De acordo com relatório da equipe liderada por Jean Lopes, a distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) aos acionistas pelos bancos brasileiros atingiu em 2023 o maior porcentual em relação aos lucros acumulados das instituições.

“Retornar capital aos acionistas em detrimento de empregá-lo na concessão de crédito pode ser mais arriscado diante das incertezas com a economia e o ambiente regulatório”, afirma a Fitch. “A tendência de distribuir mais dividendos e JCP reflete não apenas a saúde financeira dos bancos, mas também um viés mais cauteloso com relação às condições econômicas e regulatórias.”

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A agência de classificação de risco destaca que o crescimento da economia brasileira deve ser menor neste ano e em 2025 do que foi em 2023. A Fitch projeta alta de 1,7% para o PIB neste ano e de 2,1% no próximo, contra 2,9% no ano passado.

Além disso, aponta que 96% dos bancos brasileiros estão acima do capital mínimo requerido pelo Banco Central, mencionando os dados do último relatório de estabilidade bancária. De acordo com a Fitch, as instituições têm uma margem de segurança para implementar as mudanças no cálculo do risco operacional e também a entrada em vigor da norma contábil IFRS 9.

A Fitch menciona que no ano passado, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagou ao Tesouro 50% dos lucros em forma de dividendos, contra 25% anteriormente. A instituição também menciona a distribuição extra de R$ 11 bilhões feita pelo Itaú Unibanco no começo deste ano, graças ao excesso de capital que o banco passou a ter no balanço após os resultados dos últimos anos.