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Como bancos e empresas da Bolsa tentam ajudar vítimas das enchentes do RS

Companhias destacam equipes, adotam medidas emergenciais e mudam até estratégias de negócios. Veja

Como bancos e empresas da Bolsa tentam ajudar vítimas das enchentes do RS
Empresas e bancos mudam negócios para ajudar impactados pelos eventos climáticos no RS. Imagem: Adobe Stock

Bancos e empresas tiveram um fim de semana de mobilização de equipes, adoção de medidas emergenciais e mudanças nas estratégias de negócios por conta da tragédia climática no Rio Grande do Sul. O objetivo foi tentar diminuir o impacto na vida de clientes, funcionários e moradoras das regiões atingidas pelas cheias.

Os bancos comunicaram a suspensão da cobrança de algumas linhas de crédito por prazos de até seis meses para clientes pessoas físicas e jurídicas que tiverem necessidade. Mais da metade dos municípios do Estado foram atingidos pelas enchentes. Com isso, foram mobilizadas equipes, ainda durante o fim de semana, para atender as novas diretrizes.

O Bradesco (BBDC3; BBDC4) dará até 180 dias para clientes pessoas físicas e jurídicas que precisem renegociar linhas de crédito como capital de giro, crédito pessoal e crédito direto ao consumidor. Além disso, irá suspender o sistema de cobrança feito por SMS, WhatsApp e telefone pelo prazo de 30 dias para clientes inadimplentes.

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O Itaú (ITUB3; ITUB4) reforçou o atendimento em suas centrais e canais digitais, para pessoas físicas e jurídicas. Suspendeu mensalidades e tarifas de conta corrente por pelo menos três meses para pessoas jurídicas e irá repactuar parcelamentos (pular parcelas) para clientes que precisarem. Para os em atraso antes da tragédia, haverá a suspensão temporária de cobranças. Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BBAS3) adotaram iniciativas na mesma linha.

Além disso, os bancos têm reforçado times e enviado especialistas à região. A Caixa, por exemplo, mandará à área especialistas em Habitação, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e governo para prestar apoio técnico às prefeituras e auxiliá-las na habilitação ao Saque Calamidade do FGTS e na operacionalização de repasse de recursos.

Também há equipes técnicas, com arquitetos e engenheiros, que ajudarão no levantamento dos danos e na estimativa de custos para a recuperação de obras em andamento ou edificações atingidas, em contratos acompanhados pela Caixa, como pontes, vias de acesso, abastecimento de água, postos de saúde, escolas, entre outros. A instituição afirmou ainda que suspenderá em até três meses contratos de financiamento habitacional, desde que solicitados pelos mutuários, e dará suporte no acionamento do seguro habitacional.

Forte no agronegócio, o Banco do Brasil disse que produtores rurais dos municípios afetados também terão operações bancárias em andamento prorrogadas. Elas acontecerão de acordo com a necessidade e a manutenção dos encargos originais e haverá medidas simplificadoras, voltadas principalmente para os financiamentos da agricultura familiar, que dispensam até mesmo a apresentação de laudos individuais. Além disso, haverá um procedimento diferenciado para o acionamento dos seguros e do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a entidade e os bancos associados – Itaú, Bradesco, Santander (SANB11), BTG Pactual (BPAC11), Banco do Brasil e Caixa – doaram até agora R$ 6 milhões para auxiliar no socorro aos moradores do Rio Grande do Sul. Os bancos também abriram agências para recebimento de doações e reforçaram orientações às equipes de seguros das instituições para o atendimento da população local. As equipes das seguradoras ligadas a cada instituição foram reforçadas e a liberação das indenizações será facilitada.

Como outras empresas da Bolsa ajudam as vítimas no RS

As empresas se mobilizaram no mesmo sentido. A CVC (CVCB3) disponibilizou as mais de mil lojas em todo o Brasil para coleta de doações. Após arrecadação, a distribuição será feita por meio de uma parceria com a Azul (AZUL4), a Gol (GOLL4), Jamef Logística e Latam. A Ambev (ABEV3) anunciou a doação de 164 mil litros de água. A JBS (JBSS3) doou 2.600 cestas básicas.

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A Latam também transportou gratuitamente para Porto Alegre uma equipe de especialistas em resgate da associação sem fins lucrativos Humus, além de equipamentos, para auxiliar nas buscas e salvamentos.

Criado para se mobilizar em emergências, o Movimento União BR está mobilizado para entregar bens essenciais nas áreas atingidas. Conta com o apoio do Instituto Helda Gerdau, Febraban, Vibra (VBBR3), Itaú Unibanco, Instituto Stone, seguradoras Zurich e Zurich Santander, Latam, Fedex, XP Inc., Ultragaz, Grupo Boticário, Ypê, Seguradora HDI, Esportes da Sorte, Instituto Far Hinode, Instituto Lojas Renner, BrazilFoundation, farmacêutica Vitamedic, VNP Advogados, Grupo Trigo, Fundação Gerações e Instituto Carisma. O Instituto da Criança é o gestor financeiro da campanha.

No ramo das telecomunicações, as operadoras Claro, TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3) também sofreram impactos das chuvas. Diante disso, elas habilitaram suas redes de forma que, onde há apenas uma da redes disponível, automaticamente os clientes de qualquer operadora possam acessá-la.