O Goldman Sachs estima que a nova metodologia de cálculo de risco operacional pelos bancos, divulgada na última terça-feira (28) pelo Banco Central, terá impacto maior para instituições do segmento S3 do que para as do S1, em termos proporcionais. O índice de capital do Nubank (ROXO34) cairia em 1,35 ponto porcentual, e o da XP, em 1,27 ponto, segundo o banco.
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O analista Tito Labarta calcula ainda que no Banco do Brasil (BBAS3), o impacto seria de 0,61 ponto; no Bradesco (BBDC4), de 0,39 ponto; no BTG Pactual (BPAC11), de 0,37 ponto; no Itaú Unibanco (ITUB4), de 0,36 ponto; e no Santander Brasil (SANB11), de 0,24 ponto.
Os cálculos consideram uma divisão proporcional do impacto estimado pelo BC, de R$ 34 bilhões, entre as instituições. Essa proporcionalidade foi definida de acordo com a participação de cada agente no risco operacional do setor de acordo com a antiga metodologia. Labarta afirma que com as mudanças, não é possível estimar o impacto de forma individualizada.
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“Estimamos que o impacto de R$ 34 bilhões do risco operacional poderia levar a cerca de 0,44 ponto porcentual de redução nos índices de capital do setor, o que acreditamos que será gerenciável para as empresas que cobrimos”, escreve Labarta em relatório enviado a clientes.
No caso do Nubank, ele lembra que a nova regulação tem regras diferentes para instituições do S3, e que a fintech tem caixa e equivalentes de cerca de US$ 2,3 bilhões na Nu Holdings, controladora da empresa que é listada na Bolsa de Nova York, e que esse montante pode ajudar a cobrir possíveis impactos.
O risco operacional inclui eventos externos, falhas e deficiências em processos internos, pessoas ou sistemas e também os riscos legais, como os de caráter trabalhista. A nova regra de cálculo é parte da implementação das normas de Basileia III no Brasil, e será implementada de forma gradual, entre 2025 e 2028.