O BB Investimentos informou em relatório a investidores, uma projeção de dividendos pagos pela Petrobras (PETR3; PETR4) entre R$ 0,55 e R$ 2,18 por ação, tendendo à faixa inferior do intervalo. Se confirmado, a Petrobras vai pagar entre R$ 7,1 bilhões e R$ 28,4 bilhões aos acionistas relativamente ao segundo trimestre deste ano. Seja qual for o montante, portanto, ele deve ficar bem abaixo dos “mega-dividendos” de R$ 87,8 bilhões pagos no mesmo período do ano passado, equivalente a R$ 6,73 por ação.
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Até então, caso a dívida bruta da companhia fosse menor ou igual a US$ 65 bilhões no resultado trimestral, a Petrobras distribuiria 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e investimentos.
O estatuto da Petrobras determina um mínimo de dividendos de 25% do lucro líquido, com uma garantia de 3% sobre o valor patrimonial da ação para os preferencialistas. Mas nos últimos anos, a empresa adotou regra mais generosa: distribuir pelo menos 60% da diferença entre o que ela gera de caixa com sua operação e seus investimentos, com pagamentos efetivos acima dessa equação, caso do segundo trimestre do ano passado.
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Para esse trimestre, a companhia já informou que vai alterar a regra, o que pode ser definido em reunião do conselho de administração nesta sexta-feira, 28. Segundo o BB-BI, a expectativa do mercado sobre recai principalmente sobre esse tema: se a companhia vai definir uma regra parecida com a anterior, mas com menor porcentual do fluxo de caixa a ser distribuído; se envolverá um porcentual do lucro líquido; ou se vai definir regra ainda mais flexível.
Decisão nessa linha “mais flexível”, sem equação pré-definida, diz o BB-BI, seria a “pior situação”, já que tiraria a previsibilidade e transparência que a regra atual oferece.
Bom patamar de caixa
O BB-BI disse ainda esperar que a Petrobras mantenha bom patamar de geração de caixa, “considerando a condição atual de custos de extração reduzidos, elevação na produção e baixa alavancagem” e, principalmente, com os preços de petróleo se mantendo acima dos US$ 70/barril.
“Os múltiplos seguem descontados, com um EV/Ebitda de 2,5x e Preço/Lucro de 3,9x representando descontos, respectivamente de 37% e 50% em relação aos pares globais”.
Assim, anota o BB-BI, ainda que riscos sigam no radar do BB-BI, em especial relacionados à alocação de capital e a eventual descolamento mais forte dos preços de derivados praticados em relação ao mercado internacional, entende-se haver “bons motivos” para se manter otimismo com o papel. Por isso, o banco recomendou compra, com preço-alvo de R$ 36 em 2023.
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