O Banco Central piorou sua projeção de crescimento econômico brasileiro em 2022 para 1,0%, contra 2,1% da estimativa anterior, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira (16).
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No documento, o BC ajustou a perspectiva de expansão para o Produto Interno Bruto (PIB) para uma alta de 4,4% neste ano, ante estimativa de 4,7% calculada em setembro.
O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 5,1% para o PIB neste ano e de 2,1% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 4,65% em 2021 e 0,50% no ano que vem.
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“Surpresas negativas em dados recentemente divulgados –que sugerem perda de dinamismo da atividade e reduzem o carregamento estatístico para o ano seguinte–, novas elevações da inflação, parcialmente associadas a choques de oferta, e aumento no risco fiscal pioram os prognósticos para a evolução da atividade econômica no próximo ano”, disse a autoridade monetária.
O Bacen voltou a afirmar que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal do país se traduzem em elevação de prêmios de risco, impactando condições financeiras atuais e a atividade econômica futura.
Outro fator que se soma ao quadro mais desfavorável, segundo o BC, é a perspectiva de que limitações na disponibilidade de insumos em determinadas cadeias produtivas perdurem por mais tempo.
INFLAÇÃO
No relatório, a autoridade monetária aponta que a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior da margem de tolerância para a meta em 2022, de até 5%, passou de cerca de 17% na previsão feita em setembro para 41% na estimativa atual.
“A inflação ao consumidor continua persistente e elevada. A alta dos preços surpreendeu mais uma vez no trimestre encerrado em novembro. […] Há preocupação com a magnitude e a persistência dos choques, com seus possíveis efeitos secundários e com a elevação das expectativas de inflação, inclusive para além do ano-calendário de 2022”, afirmou.
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Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a intenção de subir a Selic novamente em 1,50 ponto na reunião de fevereiro, em continuidade ao ciclo de alta para levar a taxa básica de juros a território “significativamente contracionista” para conter a inflação. A taxa básica de juros está em 9,25% ao ano.