O Citi avalia que a decisão Minerva (BEEF3) de adquirir 16 plantas de bovinos e ovinos da Marfrig na América do Sul por R$ 7,5 bilhões aparentemente traz implicações positivas para as duas companhias.
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De um lado, a Marfrig conseguiria focar melhor em mercados com margens mais elevadas, como o norte-americano e o da BRF que é uma empresa transnacional brasileira do ramo alimentício. Do outro, a expectativa é de que a Minerva aumente suas vendas em 53% após duplicar sua presença na América do Sul durante um ciclo de melhoria do gado, que deve ter um crescimento do Ebitda nos próximos anos.
“A Marfrig operaria um negócio simplificado de carne bovina na América do Sul, com uma redução estimada de 55% nas vendas do segmento (13% no nível do grupo). Essa mudança permite maior foco no mercado norte-americano de altas margens, onde há maior concentração de processadores de carne bovina, e no negócio de marca brasileira (BRF), que também apresenta margens estruturais mais altas”, comentam os analistas liderados por Sergio Matsumoto e Tiago Harduim, em relatório enviado a clientes.
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Na avaliação do Citi, a desalavancagem e o perfil de margens mais elevadas deverá impactar positivamente as ações da Marfrig, apesar de a empresa perder os benefícios do ciclo positivo do gado na América do Sul nos próximos anos.
Contudo, permanecem as incertezas sobre se a transação proposta facilitaria uma eventual fusão total entre Marfrig e BRF (que é 33,3% detida pela Marfrig), embora nenhuma das empresas tenha indicado planos nesse sentido. Além disso, caso as restrições da Salic sob seu acordo com a Minerva forem removidas devido à redução das operações da Marfrig em carne bovina sul-americana, haveria uma camada adicional de benefícios para a Marfrig.
Já para Minerva, o Citi estima um ganho de 150 a 200 pontos-base em sinergia de margem Ebitda com a diluição de despesas gerais e administração (SG&A) e exportações incrementais. Além disso, o momento favorável dentro do ciclo positivo de gado na América do Sul pode compensar a alavancagem da empresa no curto prazo, sendo que a projeção do banco é de um múltiplo dívida líquida por Ebitda aumentando para 3,3 vezes no curto prazo, mas atingindo cerca de 2,5 vezes até o final de 2024.