A Boa Safra (SOJA3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com receita operacional líquida de R$ 131,2 milhões, alta de 89,89% em relação a igual período do ano passado. O lucro líquido foi de R$ 16,85 milhões, com crescimento de 108,31%. Os resultados, apresentados em coletiva com a imprensa, mostram impacto direto da diversificação de culturas no desempenho financeiro da companhia.
O balanço da Boa Safra teve um reflexo positivo nas ações no pregão desta quarta-feira (14). Às 13h11 (de Brasília), os papéis disparavam 8,17%, a R$ 11,26.
Segundo o CFO, Felipe Marques, a sazonalidade tradicionalmente desfavorável do primeiro trimestre começou a perder força com o avanço de produtos além da soja. “Historicamente, o primeiro trimestre era fraco, mas agora já reflete a diversificação do nosso portfólio”, afirmou. No período, culturas como sorgo, feijão, trigo, milho e sementes de cobertura representaram 65% da receita. Em 2024, esses itens responderam por 10% do total no acumulado do ano.
A carteira de pedidos de sementes de soja alcançou R$ 1,4 bilhão, 40% acima do registrado um ano antes. Nas demais culturas, o total foi de aproximadamente R$ 17 milhões. Marques disse que o bom desempenho operacional decorre também da normalização do calendário agrícola, com chuvas regulares no início do ciclo. “Começamos o ano muito bem na produção de sementes. O que vimos de atraso no ano passado, com plantio mais tardio, não ocorreu este ano.”
A capacidade de beneficiamento da companhia foi mantida em 280 mil big bags. A área contratada para produção de sementes cresceu 20% e chegou a 274 mil hectares. De acordo com o executivo, a estratégia para 2025 é crescer em vendas para ocupar plenamente a estrutura produtiva ampliada. “A nossa expectativa é que a venda cresça para atender o que a gente está produzindo e a capacidade do dinheiro que a gente imobilizou como companhia.”
O lucro bruto do trimestre foi de R$ 12,1 milhões, revertendo prejuízo de R$ 7,7 milhões no mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) ajustado permaneceu negativo, em R$ 28,6 milhões, com margem de -21,78%. O lucro líquido ajustado foi de R$ 718 mil, ante prejuízo de R$ 5,84 milhões um ano antes.
O consumo de caixa operacional foi de R$ 90 milhões, abaixo dos R$ 143 milhões registrados no 1T24. Parte do reforço de caixa veio do adiantamento de clientes. “O adiantamento cresceu muito. Isso mostra a força da carteira e a confiança nos nossos produtos”, disse Marques. “Alguns analistas tratavam as outras culturas como uma opção. Hoje, elas já fazem parte relevante da receita.”
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Nos últimos 12 meses, os resultados da Boa Safra (SOJA3) ainda refletem os efeitos do ciclo anterior. A receita líquida ficou em R$ 1,9 bilhão, queda de 6,34%, e o lucro líquido caiu 53,83%, para R$ 169,3 milhões.