O Bank of America (BofA) elevou sua recomendação para Ecorodovias (ECOR3) de Underperform (equivalente a venda) para compra, e aumentou o preço-alvo para os papéis da companhia de R$ 4,8 para R$ 9, o que representa uma alta de 33,33% ante o fechamento da última sexta-feira (30). O preço-alvo para a Motiva (MOTV3) também foi elevado de R$ 13,3 para R$ 16,5, um potencial de valorização de 22,4% em relação ao último fechamento.
Segundo o banco, as elevações de preço-alvo se deram pelo impulso ocasionado por um maior valor de alavancagem, de R$ 7 por ação no caso da Ecorodovias e de R$ 1,5 por papel para a Motiva.
Em relatório, os analistas Rogério Araújo, João Andrade e Gabriel Frazão apontam que, dentro do setor, o BofA seleciona empresas com alavancagem elevada, mas sustentáveis dentro das condições do mercado e emissões de dívida. O trio calcula que ambas as companhias atualmente financiam de 75% a 100% do capex (investimento) de cada novo projeto, contra estimativa anterior de 50%.
A Ecorodovias, na avaliação do banco, aumentou significativamente a alavancagem e os riscos de excedentes de capex com concessões que exigem mais de R$ 49 bilhões em capex, totalizando R$ 55 bilhões de obrigações futuras, o que poderia ser um problema em um ambiente de juros altos. Todavia, o BofA considera que a companhia garantiu quase R$ 12 bilhões de dívida no primeiro trimestre com custos favoráveis. “A redução do risco de refinanciamento nos deixou confortáveis em aumentar o valor da alavancagem”, apontam os analistas.
No caso da Motiva, além da alteração de preço-alvo, a recomendação foi mantida neutra. Para o banco, o papel é negociado a uma taxa interna de retorno real de 9,8%. Porém, os analistas apontam que há risco de alta para o papel com novas concessões, mesmo com uma alavancagem limitada. Mesmo assim, a venda de ativos de aeroportos pela Motiva pode desbloquear a capacidade para até 3 novas concessões, conclui o BofA.