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- Na passagem de 2022 para 2023, o cenário do BofA considera uma aceleração do consumo das famílias (0,7% para 0,9%) e dos investimentos (4,1% para 11,2%), prejudicados este ano pelos juros altos e pela incerteza eleitoral.
O Bank of America (BofA) aumentou a sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, de 0,5% para 1,5%, devido ao impulso da melhora dos termos de troca e de estímulos fiscais à economia. Em contrapartida, o banco reduziu a estimativa para 2023, de 1,8% para 0,9%, citando a perspectiva de um carrego estatístico negativo, com os impactos da política monetária mais apertada sobre a atividade no segundo semestre.
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Em relatório, os estrategistas do BofA David Beker, David Hauner e Claudio Irigoyen e a economista Natacha Perez notam que a soma de estímulos fiscais já concedidos pelo governo – como o corte do IPI, o Auxílio Brasil e a autorização de saques do FGTS – já atinge R$ 258,0 bilhões este ano (2,7% do PIB), 54,1% acima dos R$ 167,4 bilhões (1,9% do PIB) concedidos em 2021. Essas medidas devem ter impacto positivo sobre a demanda agregada, especialmente no segundo trimestre.
Ao mesmo tempo, a disparada de preços de commodities importantes para a pauta de exportações brasileiras deve sustentar um crescimento mais alto, avaliam os analistas. Os últimos dados de atividade – com expansão de 0,3% da produção industrial, 1,8% dos serviços e 1,9% do varejo no primeiro trimestre – também sustentam a expectativa de um início de ano mais forte para a atividade, segundo o BofA.
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A expectativa, no entanto, é de uma queda do PIB já no terceiro trimestre, com a materialização dos impactos defasados da política monetária. “Acreditamos que os juros reais só atingiram o território contracionista em março de 2021. Para nós, isso significa que o efeito cumulativo de juros mais altos terá um impacto mais forte no crescimento no terceiro trimestre, culminando em uma leitura negativa interanual no primeiro trimestre de 2023″, afirmam os analistas.
Na passagem de 2022 para 2023, o cenário do BofA considera uma aceleração do consumo das famílias (0,7% para 0,9%) e dos investimentos (4,1% para 11,2%), prejudicados este ano pelos juros altos e pela incerteza eleitoral. Em contrapartida, o banco vê forte desaceleração do consumo do governo (1,7% para 0,0%) e das exportações (3,9% para 1,7%). A normalização da demanda interna deve levar a uma aceleração também das importações (4,1% para 11,2%), avaliam os analistas.