Boletim Focus revela novo recuo da projeção do IPCA; veja as previsões desta semana
Indicador acompanha trajetória das expectativas em 12 meses e ganha peso após adoção da meta contínua; BC prevê retorno ao teto no 1º trimestre de 2026 e ao centro da meta em 2027
Inflação suavizada recua no Focus, refletindo expectativas em 12 meses dentro do novo regime de meta contínua do Banco Central. (Foto: Adobe Stock)
A mediana do Relatório Focus para a inflação suavizada nos próximos 12 meses recuou de 4,10% para 4,05% – um mês antes, estava em 4,08%. Essa métrica ganhou relevância nas análises de mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, em vigor desde este ano.
Na mesma data, o Banco Central (BC) publicou uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando esperar que a inflação acumulada em 12 meses volte a ficar abaixo do teto da meta no fim do primeiro trimestre de 2026.
Em declaração recente, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, esclareceu que a expectativa para o retorno da inflação ao centro da meta segue o horizonte relevante da política monetária, atualmente situado no primeiro trimestre de 2027.
“O objetivo é o atingimento da inflação no horizonte relevante, e, a cada momento, estamos conduzindo a política monetária para isso”, afirmou Guillen.
Pelo novo regime, o cumprimento da meta é verificado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa permanecer acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o BC descumpriu o objetivo. A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode propor alterações ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas qualquer mudança só entra em vigor após 36 meses.
A inflação suavizada é calculada a partir das projeções das instituições para a inflação total dos próximos 12 meses. A cada divulgação do IPCA, a estimativa referente ao mês mais antigo é substituída pelo dado efetivo. Para evitar saltos bruscos nas expectativas em razão da diferença entre o valor projetado e o realizado, o BC dilui gradualmente esse desvio entre a data da divulgação e a próxima. O resultado final é a chamada inflação suavizada.
E a Selic?
A mediana para a Selic no fim de 2026 passou de 12,0% para 12,25%. Há um mês, era de 12,25%. Considerando só as 82 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana subiu de 12,0% para 12,13%. A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 43ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 seguiu em 9,50%. Há um mês, era de 10,0%.