As expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 mostraram certa estabilização no Boletim Focus divulgado nesta manhã. Em prazos mais longos, a deterioração continuou, mas também menos severa do que nas últimas semanas, quando houve fortes críticas do governo federal ao nível de juros, à meta de inflação e à autonomia do Banco Central.
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A projeção para o IPCA – índice oficial de inflação – deste ano subiu marginalmente, de 5,89% para 5,90%, a 11ª alta consecutiva. Um mês antes, a mediana era de 5,74%. Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção continuou em 4,02%, de 3,90% há quatro semanas.
Considerando somente as 107 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 passou de 5,97% para 5,93%. Para 2024, variou de 4,10% para 4,05%, considerando 102 atualizações no período.
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Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e, com maior peso, de 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%.
Já a mediana para o IPCA de 2025 subiu levemente, de 3,78% para 3,80%, de 3,50% há um mês. A estimativa para o IPCA de 2026 avançou de 3,70% para 3,75%, contra 3,50% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.
No Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,6% em 2023 e 3,4% para 2024. O colegiado ainda inseriu um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante. Nesse cenário, as projeções são de 5,5% para 2023 e 2,8% para 2024. O Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida.