(Thaís Barcellos, Estadão Conteúdo) — O Boletim Focus divulgado hoje mostrou continuidade do movimento de melhora das expectativas de inflação para 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que aponta deterioração para 2024, para onde caminha o horizonte relevante de política monetária.
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Para 2022, a estimativa para alta do IPCA – índice de inflação oficial – foi reduzida pela 11ª semana seguida, de 6,61% para 6,40%, reflexo das desonerações patrocinadas pelo governo para baixar combustíveis e energia e também do recuo dos preços de gasolina.
Há um mês, a projeção era de 7,02%. Em relação a 2023, a mediana recuou pela quarta semana consecutiva, de 5,27% para 5,17%, contra 5,38% quatro semanas antes.
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Considerando somente as 77 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 6,27% para 6,06%. Para 2023, variou de 5,09% para 5,05%.
Apesar da melhora considerável nas últimas semanas, as medianas divulgadas na Focus continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta a ser perseguida pelo Banco Central, após o descumprimento já observado em 2021, com o IPCA de 10,06%. O alvo para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.
Contrariando o movimento firme observado nas projeções para 2022 e 2023, a mediana para o IPCA de 2024 voltou a avançar, de 3,43% para 3,47%, contra 3,41% há um mês. Na semana passada, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, afirmou que o aumento das expectativas de 2024 tem incomodado a autoridade monetária.
Na Focus, a previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 61 semanas atrás. A meta para os dois anos é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
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No Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano.