(Thaís Barcellos, Estadão Conteúdo) — O Banco Central voltou a pedir, no questionário pré-Copom deste mês, estimativas do mercado financeiro para o impacto das desonerações tributárias patrocinadas pelo governo federal para baixar preços de combustíveis e energia elétrica, por exemplo, no IPCA de 2022 e 2023. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 20 e 21 deste mês. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano e o colegiado sinalizou que vai avaliar um ajuste residual, de 0,25 ponto porcentual, no encontro de setembro.
Leia também
O órgão já havia solicitado essas projeções antes do Copom de agosto e de junho. Na última reunião, a mediana do mercado apontou para impacto de baixa de 2,5 ponto porcentual no IPCA de 2022 e de alta de 0,7pp no índice do ano que vem, sendo que -2,0pp e 0,6pp, nessa ordem, já estavam incorporados nas previsões dos analistas.
Desde então, porém, surgiu a percepção de que as desonerações, originalmente criadas para durar até o fim deste ano, poderiam ser mantidas pelo menos por uma parte de 2023, o que foi sacramentado no envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Desse modo, é possível que os economistas do mercado financeiro alterem o impacto incorporado nas projeções.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Em relação ao IPCA, o BC também repetiu a pergunta sobre os principais motivos que conduziram as revisões nas estimativas para 2022 e 2023 desde o Copom de agosto, assim como pediu para os analistas listarem os principais riscos para o cenário de inflação. Houve também a tradicional pergunta sobre as previsões atuais do IPCA e de seus componentes e ainda a avaliação do viés em relação às projeções centrais.
Diante do debate crescente sobre o nível de ociosidade na economia em meio aos dados mais fortes de atividade, o BC também pediu estimativas para o hiato do produto no segundo trimestre e no último trimestre deste ano e no quarto trimestre de 2023 e perguntou quando deve ocorrer o fechamento.
Além disso, o colegiado quer saber as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2022 e 2023 e em que direção os riscos estão. Da mesma forma, o BC pediu estimativas para a inflação e o PIB dos EUA, China e Zona do Euro, avaliações sobre os principais riscos externos para o Brasil e de evolução do ambiente para economias emergentes. O Copom também repetiu a pergunta sobre as estimativas para a taxa de juros nos EUA no fim deste e do próximo ano.
O questionário ainda conta com pedidos de projeções para o balanço de pagamentos, o crédito e as contas públicas em 2022 e 2023. Quanto ao cenário fiscal, o BC voltou a perguntar se melhorou, piorou ou se não teve mudanças relevantes desde o último Copom.
Publicidade