

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2025 subiu de 9,5% para 9,75%, interrompendo uma sequência de seis semanas de estabilidade após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter reiterado a sua estratégia de manter os juros altos para consolidar a desinflação e ancorar as expectativas.
“A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”, afirmou o comitê, no comunicado da última quarta-feira. O colegiado manteve a Selic em 10,5% pela segunda reunião consecutiva. O colegiado afirmou que essa decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, agora visto como o primeiro trimestre de 2026. Considerando apenas as 40 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para a Selic no fim de 2025 caiu de 9,75% para 9,5%.
A estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim deste ano permaneceu em 10,5% pela sétima semana consecutiva. Considerando apenas as 41 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, também continuou neste nível. O mercado também manteve o consenso de que os juros encerrarão 2026 e 2027 em 9%.
Previsões do boletim Focus para a inflação
A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2024 subiu de 4,10% para 4,12%, distanciando-se ainda mais do centro da meta, de 3%. Um mês antes, era de 4,02%. A estimativa intermediária para a inflação de 2025 avançou de 3,96% para 3,98%, contra 3,88% um mês atrás. Considerando somente as 53 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do mercado para o IPCA de 2024 subiu de 4,08% para 4,19%. A projeção para a inflação de 2025 passou de 3,98% para 4%, levando em conta apenas as 53 atualizações no período.
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No comunicado da última quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses fique em 3,4% no período, no cenário de referência, ou em 3,2%, considerando a Selic estável em 10,5% até lá. O Banco Central espera que o IPCA fique em 4,2% este ano e em 3,6% em 2025, no cenário de referência. No cenário alternativo, a autoridade monetária calcula que a inflação seria de 4,2% em 2024 e de 3,4% no ano que vem. A partir do ano que vem, a meta de inflação passa a ser contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se ele ficar acima do teto ou abaixo do piso por seis meses consecutivos, vai se considerar que o alvo foi perdido.
A meta continua tendo centro de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Nos horizontes mais longos, a mediana do Focus para o IPCA de 2026 continuou em 3,60% pela nona semana consecutiva. A estimativa intermediária para 2027 ficou em 3,50% pela 57ª semana seguida.