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Bolsa está atraente, mas faltam gatilhos para capturar ganhos, dizem gestores

As incerteza fiscais brasileiras atuais vêm mais do desencontro entre as posturas do governo

Bolsa está atraente, mas faltam gatilhos para capturar ganhos, dizem gestores
Painel do Ibovespa (Foto: Werther Santana/Estadão)

A relação de preço por lucro da Bolsa brasileira indica um patamar atrativo para entrada – está em seu menor número desde 2002, aponta o CEO da gestora AZ Quest, Walter Maciel. Ainda assim, falta o vislumbre de algum gatilho para que os ativos concretizem os ganhos esperados no curto prazo, pondera o gestor da Absolute Investimentos, Fabiano Rios. Os executivos falaram durante evento da Monte Bravo Corretora, nesta manhã de sexta-feira (7), em São Paulo.

Mais otimista, Maciel considera que a conjuntura global pode empurrar a economia brasileira. ‘Pela força bruta das oportunidades, acredito que o Brasil agora não perderá a chance de embalar junto.’ Ele aponta a expectativa pela queda na inflação americana como um direcionador para a melhora global e, por consequência, do Brasil. Outro ponto é o benefício da posição geopolítica do País em relação à disputa comercial entre EUA e China.

Quanto aos indicadores locais, Maciel destaca que o nível de exportações está crescendo, com destaque para o petróleo. ‘Será o nosso principal item de exportação em 2024. Além disso, o país deve dobrar a produção em quatro anos. A transição energética não acontecerá tão rápida, então a demanda por petróleo se manterá.’

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Rios observa que a complexidade das questões brasileiras, sobretudo as fiscais, é fator que pesa na preferência por tomar risco no exterior. Isto fora as vantagens de diversificação que existem em buscar ativos internacionais. De qualquer forma, pelos preços atrativos da Bolsa brasileira, o executivo enxerga empresas que valem a pena para uma visão de longo prazo.

As incerteza fiscais brasileiras atuais vêm mais do desencontro entre as posturas do governo. ‘A maior parte das decisões tem sido tomadas na direção correta, mas o discurso é muito dúbio. A postura que a Fazenda expressa parece ter muito pouco apoio do governo’, avalia Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora.”