Por Sergio Caldas – As bolsas europeias operam em baixa de cerca de 1% na manhã desta quarta-feira, após novos dados de inflação recorde da zona do euro reforçarem expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) terá de continuar elevando juros de forma agressiva. A taxa anual do CPI da zona do euro atingiu nova máxima histórica de 9,1% em agosto, de acordo com prévia da Eurostat, contrariando expectativa de que ficaria estável em 8,9%.
Como nos últimos meses, o CPI foi impulsionado pelos preços de energia, que se mantêm elevados à medida que a guerra da Rússia na Ucrânia se arrasta por mais de seis meses. Os dados do CPI reforçam pressões para o que o BCE anuncie uma nova alta significativa de juros em sua próxima reunião de política monetária, em 8 de setembro. Em julho, a instituição elevou suas principais taxas de juros em 50 pontos-base, no primeiro aumento desde 2011.
Nos últimos dias, dirigentes do BCE levantaram a possibilidade de um ajuste ainda mais agressivo, de 75 pontos-base. O aperto da política monetária nos EUA também segue no radar. Ontem, dados fortes do mercado de trabalho americano sustentaram apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) poderá elevar seus juros em 75 pontos-base pela terceira vez seguida, no próximo mês, e derrubaram as bolsas de Nova York. Hoje, a ADP voltará a divulgar relatório sobre criação de empregos no setor privado, após revisar sua metodologia, e ao menos três autoridades do Fed participam de eventos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A crise energética na Europa também segue preocupando, após a estatal russa Gazprom iniciar hoje uma suspensão de três dias do fornecimento de gás natural ao continente por meio do gasoduto Nord Stream. A Gazprom atribui a interrupção a trabalhos de manutenção, mas há suspeitas de que Moscou estaria retaliando pelas sanções que sofreu após a invasão da Ucrânia. Às 7h04 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,31%, a de Frankfurt recuava 1,04% e a de Paris cedia 1,22%. Já as de Milão, Madri e Lisboa tinham perdas de 1,09%, 1,38% e 0,92%, respectivamente.