O Dow Jones fechou em alta de 0,52%, aos 44.484,49 pontos. O S&P 500 avançou 0,54%, aos 6.297,36 pontos, e o Nasdaq terminou o dia com ganho de 0,74%, aos 20.884,27 pontos.
As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram 0,6% em junho ante maio, acima do previsto pelo consenso da FactSet, mas confirmaram queda mensal de 0,9% em maio. Já os pedidos de auxílio-desemprego americanos caíram 7 mil na semana, a 221 mil, contrariando previsão de alta.
A PepsiCo anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de US$ 1,26 bilhão no segundo trimestre de 2025, 59% menor do que o ganho de US$ 2,08 bilhões apurado em igual período do ano passado. Ainda assim, o ganho por ação superou a expectativa de analistas, levando a uma alta de 7,45%, a maior da empresa em uma sessão desde março de 2020. Já as ações da United Airlines tiveram alta de 3,11%, embora a companhia tenha sofrido queda no lucro trimestral devido a problemas operacionais no aeroporto de Newark, em Nova York, onde responde por quase 70% dos voos. Seguindo recordes, o ADR da TSMC subiu 3,37%, enquanto a Nvidia avançou 0,95%.
Na comparação com a chamada bolha do dotcom nos anos 90, a atual valorização baseada em inteligência artificial está sendo inflada mais pelos lucros do que pelas valuations, avalia a Capital Economics. “É claro que isso não significa necessariamente que ela não irá estourar, inclusive por outros motivos. Preocupações com o futuro do atual presidente do Fed assustaram o mercado, por exemplo. Mas nossa percepção é de que isso não acontecerá tão cedo”, pontua.
“Esse é um dos principais motivos pelos quais prevemos novos ganhos no mercado de ações dos EUA até o final do próximo ano, com os grandes setores de tecnologia liderando o movimento. Se estivermos certos, o S&P 500 provavelmente voltará ao caminho certo, mesmo que tenha dificuldades para subir ainda mais em 2025: prevemos que ele encerrará 2026 em 7 mil pontos”, projeta a consultoria.
Juros operam em alta, deixando disputa entre Trump e Powell
Os juros dos Treasuries operaram em alta hoje, se recuperando da queda na última sessão, quando foram pressionados pelas perspectivas de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demita o atual comandante do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Com a negativa do republicano, os mercados voltaram as atenções para dados da economia americana, que mostraram um cenário de resiliência, o que apoiou a visão de uma manutenção de juros pelo Fed nas próximas reuniões.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,915%. O rendimento da T-note de 10 anos avançava a 4,459%, enquanto o do T-Bond de 30 anos tinha ganho a 5,010%.
As vendas no varejo dos Estados Unidos subiram 0,6% em junho ante maio, acima do previsto pelo consenso da FactSet. Já os pedidos de auxílio-desemprego americanos caíram 7 mil na semana, a 221 mil, contrariando previsão de alta. O mercado começa a pôr em dúvida a possibilidade de o Fed retomar o ciclo de relaxamento monetário em setembro, em meio a dados econômicos firmes nos EUA.
Segundo plataforma do CME Group, a hipótese de corte de juros naquele mês ainda é majoritária, mas perdeu terreno e se aproxima cada vez mais do cenário de manutenção. Há pouco, a ferramenta indicava 52,7% de chance de a taxa básica cair 25 pontos-base até setembro, comparado com 54% ontem e 65,4% há uma semana. Por outro lado, o risco de a referência seguir no nível atual (entre 4,25% e 4,50%) subiu de 29,7% em 10 de julho para 43,7% ontem e 46,0% agora.
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, classificou o cenário de dois cortes nas taxas de juros neste ano como “uma perspectiva razoável”. Por outro lado, ela reiterou que a política monetária está em um bom lugar e que pela falta de certeza é importante “não reduzir os juros preventivamente”.
Trump voltou a pressionar o Fed por reduções na taxa de juros, por meio de publicação na Truth Social nesta quinta-feira. Sem mencionar o Powell, mas repetindo apelido dado anteriormente à ele, o republicano escreveu: “‘Atrasado Demais’: grandes números acabaram de sair. REDUZA A TAXA!!!”.
Moedas Globais: dólar sobe após dados firmes nos EUA ampliarem dúvidas sobre cortes do Fed
O dólar operou em alta nesta quinta-feira, revertendo as perdas da véspera, impulsionado por dados econômicos acima do esperado nos Estados Unidos e ainda repercutindo declarações de ontem do presidente dos EUA, Donald Trump, negando a intenção de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Comentários de dirigentes do BC americano e expectativas quanto à divulgação de novas “cartas tarifárias” do republicano seguiram no radar de investidores.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,35%, a 98,734 pontos. Por volta das 16h50 (de Brasília), a divisa americana subia a 148,58 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1600 e a libra operava estável a US$ 1,3418.
Apesar do alívio recente no dólar, analistas seguem atentos à perspectiva de médio prazo para a moeda americana. Para Marc Cogliatti, da Validus Risk Management, a tendência estrutural de enfraquecimento do dólar ainda não foi revertida, mesmo com o movimento de alta de hoje.
“A demanda por ativos de segurança pode sustentar o dólar no curto prazo, diante da menor disposição ao risco, mas investidores estrangeiros continuam a diversificar suas posições fora dos EUA”, afirmou.
Segundo ele, a instabilidade gerada por incertezas fiscais e políticas, como os comentários de Trump sobre a possível demissão de Powell e a retomada da agenda tarifária, tende a alimentar fluxos de saída.
O impulso de hoje veio principalmente das vendas no varejo dos EUA, que superaram as projeções em junho, e da queda acima do esperado nos pedidos semanais de auxílio-desemprego.
A Sucden Financial, por sua vez, aponta que o euro pode estar perto de um ponto de inflexão técnica. A casa vê espaço para o DXY avançar a 99,00 ou 100,00 pontos, o que poderia pressionar o euro até US$ 1,14. No entanto, uma queda sustentada abaixo desse nível exigiria sinais mais concretos de deterioração na economia da zona do euro, ainda “ausentes” para a instituição. A Eurostat divulgou hoje que a taxa anual do CPI da zona do euro acelerou para 2% em junho, ante 1,9% em maio.