As bolsas europeias subiram hoje, enquanto o mercado digere a compra do Credit Suisse pelo UBS e suas consequências, em meio aos temores de uma nova crise bancária. Além disso, falas da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, de que o BC do bloco comum não se comprometerá com a próxima decisão de juros deram fôlego aos mercados acionários do Velho Continente.
Ontem, o UBS anunciou a compra do Credit Suisse pelo equivalente a US$ 3,25 bilhões, numa transação intermediada por reguladores na Suíça. O movimento aconteceu no âmbito de uma onda de temor com relação à possibilidade de uma crise do setor bancário, após a quebra de dois bancos dos EUA: o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank. Em Zurique, a ação do Credit caiu 55,74% e a do UBS subiu 1,26%. Entre bancos europeus, o papel do Deutsche Bank recuou 0,64% em Frankfurt, e o do HSBC perdeu 0,33% em Londres.
A CMC Markets destaca que o acordo entre o UBS e Credit Suisse gerou alguma reação dos detentores de títulos de AT1, “ressentidos por estarem sendo eliminados, enquanto os acionistas obtêm um preço de 0,75 francos suíços por ação”. A medida, que levou ao desaparecimento de mais de US$ 17 bilhões em títulos de dívida, também gerou uma nova onda de temor na comunidade financeira internacional, já que a diferença de tratamento dada aos detentores de bônus frente aos acionistas pode causar uma reavaliação dos títulos bancários.
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Por outro lado, a Autoridade Bancária Europeia (EBA, pela sigla em inglês) avaliou que o setor bancário da Europa é “resiliente” e dispõe de “robustos níveis de capital e liquidez”. Já Lagarde parabenizou a ação rápida e as decisões tomadas pelas autoridades suíças com relação ao Credit Suisse. Além disso, Lagarde garantiu que o BCE está pronto para responder conforme necessário para preservar a estabilidade de preços e a financeira na zona do euro. A banqueira central também destacou que o BC europeu não se comprometerá com a próxima decisão de juros, diante da turbulência do sistema financeiro global. A decisão do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, por sua vez, segue no radar.
O Goldman Sachs previu hoje em nota que o BC americano não elevará juros nesta semana em função da recente turbulência no sistema bancário. Tudo somado, em Londres, o FTSE 100, fechou em alta de 0,93%, em 7.403,85 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, subiu 1,12%, a 14.933,38 pontos. O CAC 40, em Paris, avançou 1,27%, a 7.013,14 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, registrou alta de 1,59%, a 25.899,57 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 subiu 1,13%, a 8.817,61 pontos. Por fim, na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 subiu 0,79%, a 5.769,33 pontos.