VIX, o índice do medo de Wall Street, sobe com tarifas de Trump no radar. Foto: Adobe Stock
As Bolsas de Nova York acentuaram queda nesta segunda-feira (7) repercutindo o anúncio de novas tarifas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Em cartas divulgadas por meio de sua rede Truth Social, o republicano destacou a imposição de uma tarifa de 25% sobre “quaisquer produtos” do Japão e da Coreia do Sul enviados ao país, a partir de 1º de agosto. Segundo ele, essas sobretaxas serão “separadas de todas as tarifas setoriais”.
Em Nova York, às 15h (horário de Brasília), Dow Jones cede 1,15%, enquanto Nasdaq recua 0,95% e o S&P 500 tem perda de 0,91%. O VIX (Volatility Index em inglês) – “índice do medo” de Wall Street – salta 2,75% aos 17,96 pontos, maior nível registrado desde 24 de junho. No mesmo horário, o índice DXY, que mede o dólar em relação a seis moedas fortes, avança 0,38% aos 97,545 pontos.
Nas cartas, Trump alertou que as tarifas anunciadas podem subir caso Japão ou Coreia do Suldecidam retaliar. “Se, por qualquer motivo, vocês decidirem aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o valor desse aumento, ele será somado aos 25% que cobramos”, destacou.
O republicano também sugeriu que a taxa pode ser revista, para cima ou para baixo, a depender da relação com os países. A medida, segundo ele, busca corrigir “décadas de déficits comerciais insustentáveis” provocados por políticas tarifárias e não tarifárias tanto do Japão quanto da Coreia.
O americano ressaltou ainda que empresas japonesas e coreanas não pagarão tarifas se decidirem produzir nos Estados Unidos. “Faremos tudo para aprovar rapidamente seus projetos, em outras palavras, em questão de semanas”, prometeu.
Impacto do anúncio de Trump na Bolsa brasileira
No Brasil, oIbovespa hoje também ampliou suas perdas após o anúncio do presidente americano, atingindo mínima a 139.294,84 pontos. Agora, o principal índice da B3 cede 1,23% aos 139.519,99 pontos, com apenas nove ações no campo positivo. Veja os detalhes aqui.
O mercado ainda espera a divulgação de cartas para outros países, o que coloca mais pressão sobre os índices acionários globais. “Os investidores ficam de olho em como o governo norte-americano vai conduzir essa política tarifária a partir de então. O mercado tenta precificar a magnitude dessas taxas e os efeitos que elas poderão ter sobre ativos de risco”, afirma o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.
Segundo ele, uma das principais preocupações é que as tarifas de Donald Trump coloquem pressão sobre a inflação dos Estados Unidos. O aumento de custo dos bens importados pode impactar toda a cadeia produtiva e ser repassado ao consumidor final. “Além disso, com um produto importado mais caro, as famílias norte-americanas começam a consumir produtos produzidos internamente. O problema é que o excesso de demanda também pode aumentar os preços dos próprios produtos dos EUA”, avalia.