O Bradesco Principal superou as expectativas em menos de nove meses de operação. Criado para atender clientes com renda elevada, o novo segmento do banco já ultrapassou as metas de captação de recursos, abertura de contas internacionais e aplicação no exterior.
Desde janeiro, quando teve início a migração de clientes de outras áreas do Bradesco para o novo serviço, o volume de captação cresceu mais de 150%, segundo o banco. A movimentação também impulsionou a abertura de contas internacionais, que dobraram em número. Como resultado, o saldo de investimentos fora do país, os chamados investimentos offshore, também teve crescimento de 100%.
Segundo a diretora do Bradesco Principal, Daniela Pinheiro de Castro, o segmento já está com 100 mil clientes e a perspectiva é de chegar a 400 mil no fim desse ano e 800 mil no fim de 2026, como previa o projeto original. A maioria já era cliente do Bradesco, mas estava alocado em outros segmentos da instituição, como o Prime. O Principal é o segmento que atende pessoas com renda mensal de R$ 25 mil ou investimentos de R$ 300 mil até clientes com patrimônio financeiro de até R$ 10 milhões. Acima disso, o Bradesco aloca os clientes no private banking.
A abertura de novos escritórios para o segmento vai ganhar escala neste segundo semestre, segundo Castro. Até o momento, foram inauguradas seis unidades. Em agosto, serão mais quatro. Até o fim do ano, o Principal terá 45 endereços. “A visita dos clientes nos escritórios tem sido uma experiência diferenciada. O ambiente não tem nada a ver com uma agência bancária: sem caixa, sem porta giratória”, diz a diretora. Nesses escritórios, que parecem lojas de decoração, o horário de atendimento também é diferente da agência bancária: é das 9h às 19h.
Além dos escritórios “porta aberta”, ou seja, que são em endereços-chave e servem como vitrine para a marca, o Principal também tem os “escritórios aéreos”. Nesse caso, as unidades lembram a arquitetura austera e reservada dos bancos de investimento. São salas de reunião bastante reservadas que ocupam um ou mais andares de prédios cuja entrada depende de autorização. Nas unidades “porta aberta”, têm acesso os clientes do grupo P1, que têm até R$ 300 mil em investimentos, e do P2, que têm entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão.
Aos clientes do grupo P3, também é dado acesso aos “escritórios aéreos” e um atendimento ainda mais personalizado. Cada gerente do P3 atende um número limitado de clientes e precisa ter, no mínimo, um contato mensal presencial ou não com toda a sua carteira.