A Brava Energia é uma fusão entre a 3R Petroleum e Enauta. (Foto: Adobe Stock)
Oito fundos investidores da Brava Energia (BRAV3) celebraram um acordo para a formação de um bloco que detém 20,82% do capital social da companhia – ou 96.710.765 ações ordinárias. Eles se comprometem em votar conjuntamente e dizem ter uma “visão convergente quanto ao desenvolvimento sustentável e à geração de valor de longo prazo” da empresa. Na pratica, caminham para ser um grupo de controle. O acerto entrou em vigor ontem e será válido até 31 de julho de 2028, podendo ser renovado por períodos iguais e sucessivos de dois anos.
A decisão sucede à retirada da poison pill (se referem a mecanismos de proteção para acionistas minoritários de empresas de capital aberto contra tentativas de aquisição por outro investidor), acordada em assembleia geral extraordinária (AGE). Essa exclusão foi pedida pela Yellowstone no fim de maio. O fundo é um dos sete que celebraram o acordo de formação de bloco.
Fazem parte ainda Somah Investimentos e Participações, Printemps Fundo de Investimento em Ações, Quantum Fundo de Investimento, Jive III Fundo de Investimento, Jci II – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, Rumba Fundo de Investimento Multimercado e Jci IV a Fundo de Investimento em Ações.
Segundo comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho de Administração da companhia será constituído de sete membros, todos eleitos e destituíveis pela Assembleia Geral, com mandato unificado de dois anos, sendo permitida a reeleição. Os votos do bloco de acionistas serão dados conjuntamente.
“Os acionistas obrigam-se a fazer com que a companhia e as investidas sejam geridas de maneira profissional e de acordo com as boas práticas de governança corporativa, bem como por profissionais com capacidade gerencial e técnica coerentes com as funções a serem desempenhadas e com os níveis técnicos usualmente exigidos de profissionais que ocupam cargos similares, com ênfase em todos os aspectos necessários para uma gestão responsável, voltada para o desenvolvimento, rentabilidade e valorização da companhia e das investidas”, dizem os acionistas no acordo.
A formação do bloco ocorre em um momento de virada operacional da Brava Energia (BRAV3). Ao Brazil Journal, o seu CEO, Décio Oddone, lembrou que o capex (investimentos) da companhia recuou 32% para aliviar a dívida e concentrar recursos em projetos de retorno rápido. Segundo ele, “a expectativa é de que os números melhorem ainda mais no decorrer do ano”, favorecidos pela base fraca do quarto trimestre, quando Atlanta e Papa-Terra foram paralisados.