A Brava Energia (BRAV3) pretende ampliar o pagamento de dividendos a acionistas após o aumento da produção de petróleo e redução de investimentos previstos para ocorrer ao longo de 2025, afirmou o diretor presidente da companhia, Décio Oddone.
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Segundo Oddone, 2024 está sendo um ano de grande aumento de capex (Capital expenditure, em inglês, que em suma significa investimento), mas que deve cair nos próximos meses. “O objetivo é ter a partir de 2025 uma redução do capex mais sustentável. Não temos dados definitivos porque estamos fechando o orçamento do ano”, explicou durante teleconferência com analistas.
Com a redução de capex, a previsão é que ocorra geração de caixa livre, que segundo a companhia deve acontecer mesmo em um cenário mais pessimista do preço do petróleo. Esse caixa irá refletir em uma redução da alavancagem da companhia, abrindo espaço para dividendos e buybacks (recompras de ações).
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“Não batemos o martelo definitivamente, mas pensamos entre 1 vez e 1,5 vez de alavancagem com o preço de petróleo na faixa entre US$ 60 a US$ 70 o barril. Essa é a faixa que estamos começando a pensar para começar a liberar mas dividendos”, explicou ainda.
“US$ 70 é mais otimista e US$ 60 mais pessimista, em ambos os cenários, a intenção é ter geração de caixa”, completou o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Rodrigo Pizarro.
Na avaliação da diretoria da Brava, esse quadro previsto ainda não está refletido no preço das ações da companhia, que sofreu recentemente com a decepção na entrega da produção, por fatores como a paralisação em Papa Terra. “O quadro está a ponto de mudar e vai guiar a empresa nos próximos anos”, reforçou.
Parcerias e desinvestimentos
Ainda faz parte do plano futuro da companhia, buscar parcerias e desinvestimento. “O planejamento estratégico indica que se concentrarmos esforços em principais ativos vamos ter melhoria em resultados e valor da companhia, estamos nos preparando para desinvestimentos ou parcerias”, disse o presidente da Brava.
Em relação às regiões onde pretende reavaliar ativos, a companhia citou que em campos onshore estão sendo avaliadas parcerias, enquanto no offshore, na Bacia do Recôncavo estão também fazendo reavaliações, mas não há intenção de sair do local.
Porém, o direito financeiro da petroleira explica que essa otimização do portfólio tem viés principalmente de eficiência na operação e menos na entrada de recursos, sendo que a desalavancagem da companhia deve ocorrer mesmo sem desinvestimentos.
Licenciamentos ambientais
Para que os planos da companhia deem certo, porém, ainda é preciso conseguir licenciamentos ambientes em alguns campos, como no de Papa Terra, e que ocorra celeridade de aprovação de órgãos do governo responsáveis.
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Em Atlanta, no entanto, Oddone afirma que já há grande número de poços para perfurar com autorização ambiental.
A companhia também está preocupada em garantir equipamentos para a exploração do campo. “Aproveitamos algumas cartas de intenção para já conseguir assegurar equipamentos e se não tivéssemos feito isso, só podia acontecer mais para frente. Estão ocorrendo grandes investimentos no Brasil e mercado de equipamentos está meio estressado”, explicou.