No 2T25, a BRF (BRFS3) superou projeções com margens fortes e menor alavancagem de sua história, mesmo diante das restrições de exportação, e reforçou sua posição no setor de proteínas. (Foto: Adobe Stock)
A receita líquida somou R$ 15,36 bilhões, alta de 3% na comparação anual, impulsionada por preços médios mais altos que compensaram leve queda de volumes. O Ebitda ajustado atingiu R$ 2,5 bilhões, recuo de 5% sobre o ano anterior, mas cerca de 8% acima das projeções da XP e com margem de 16,2%, a segunda maior para um segundo trimestre na última década.
No mercado doméstico, a demanda resiliente sustentou margens melhores que o previsto. As vendas cresceram 18% na comparação anual, com volumes 6% maiores e preços 11% acima de 2024. O Ebitda ajustado no Brasil chegou a R$ 1,32 bilhão, avanço de 23% sobre o ano anterior e margem de 16,4%, a maior margem bruta para o período em dez anos (29,5%), segundo o BTG.
No exterior, a companhia manteve a capacidade de arbitragem e aproveitou novas habilitações de exportação conquistadas nos últimos anos. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,17 bilhão, queda de 21% na comparação anual, mas 19% acima do esperado, com margem de 17,3%, apesar da queda de 10% nos volumes por conta das restrições temporárias.
O lucro líquido chegou a R$ 740 milhões, superando em 27% as expectativas, impulsionado por menor alíquota efetiva de IR. A geração de caixa livre foi próxima de R$ 1 bilhão, mesmo com estoques elevados. A BRF encerrou o trimestre com dívida líquida IFRS16 de R$ 9,8 bilhões, equivalente a 0,9x o Ebitda dos últimos 12 meses, e com a menor alavancagem de sua história considerando o indicador dívida líquida/Ebitda sem IFRS16, de 0,43 vez, segundo a XP.
Para o BTG, os últimos três anos marcaram uma transformação estrutural da BRF (BRFS3), desde que a Marfrig (MRFG3) se tornou acionista majoritária e depois controladora. A XP reforçou que a solidez do balanço elimina dúvidas sobre a recuperação e abre espaço para investimentos, fusões e aquisições e para a distribuição prevista de R$ 3,5 bilhões em dividendos no contexto da fusão com a Marfrig.