O BTG Pactual (BPAC11) rebaixou a Braskem (BRKM5) para neutro, com preço-alvo de R$ 26, por considerar que o segundo semestre de 2023 pode ser ainda mais fraco que o primeiro e por enxergar a ação negociada a múltiplos mais elevados que os pares. O banco acredita ainda que há um excesso na oferta global de polipropileno (PP) e polietileno (PE), ao passo em que o crescimento da demanda está “abaixo das expectativas”.
“Como se trata de um negócio commoditizado, investir na BRKM tem sido muitas vezes uma questão de comprar quando os múltiplos são altos e o ciclo está em alta e vender quando os múltiplos estão baixos, antecipando uma recessão. Muitos investidores perguntam se é uma boa oportunidade para comprar na queda, mas achamos que ainda é muito cedo”, escrevem os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte em relatório.
Eles estimam Ebitda de US$ 634 milhões para o exercício fiscal de 2023, com o papel negociado a 10,3 vezes o valor da empresa pelo Ebitda (EV/Ebitda). “Mesmo presumindo uma grande melhoria em 2024, com Ebitda de US$ 1,4 bilhão, as ações ainda são negociadas a um múltiplo de 8,6 no próximo ano, cerca de 32% acima da média histórica e dos pares”, dizem.
Além disso, os analistas apontam que mesmo as estimativas de Ebitda são relativamente otimistas, pois sugerem um crescimento anual de 129%, o que significa que “consideramos as revisões negativas mais prováveis do que as positivas no curto prazo”.
O preço-alvo é de R$ 26, ainda representando potencial valorização de 12,6% em relação ao fechamento de ontem. Instantes atrás, os papéis lideravam as quedas do Ibovespa e caíam 3,90%, cotados a R$ 22,18.