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Capital Economics prevê dólar a R$ 6 no fim de 2022

Riscos fiscais elevados e deterioração dos termos de troca do Brasil são justificavas para a previsão

Capital Economics prevê dólar a R$ 6 no fim de 2022
Foto: Shutterstock

Riscos fiscais elevados, deterioração dos termos de troca do Brasil e um ambiente externo menos favorável devem levar o real a se enfraquecer ainda mais em 2022, avalia o economista da Capital Economics Joseph Marlow. “Esperamos que o real continue sob pressão ao longo do próximo ano. Nossa projeção é de taxa de câmbio a R$ 6,00 no fim de 2022”, afirma Marlow, em relatório enviado a clientes hoje.

O economista avalia que, com o presidente Jair Bolsonaro atrás nas pesquisas eleitorais, é improvável que o governo adote medidas na área fiscal capazes de melhorar a trajetória da dívida pública. A austeridade fiscal, ressalta Marlow, também não é a prioridade para o principal concorrente de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A despeito de quem vencer a eleição, achamos que será difícil para o governo introduzir medidas de austeridade”, afirma o economista da Capital Economics, ressaltando que a economia brasileira estará enfraquecida e que há muita rigidez nos gastos públicos. “Isso pode impedir o governo de retornar a níveis de dívidas sustentáveis ao longo dos próximos dois anos”.

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Marlow também vê uma piora dos termos de troca do país, por conta de novas quedas do preço do minério de ferro em particular. Ele destaca que o real já mostra uma fraqueza superior ao que sugeriria o atual nível dos termos de troca. A moeda brasileira, observa, pode até não ser tão fortemente afetada por essa piora como se viu historicamente, mas será de alguma forma abalada.

Além da questão fiscal e da queda dos preços de produtos exportados pelo Brasil, o economista também acredita que o ambiente externo será desfavorável para o real. Embora a economia mundial apresente uma retomada após o tombo provocado pela pandemia do novo coronavírus, o ritmo da recuperação vai desacelerar, com o crescimento nos Estados Unido e na China menores do que se espera. Ao mesmo tempo, o Federal Reserve e outros bancos centrais de países desenvolvidos devem continuar o processo de normalização de suas políticas monetárias.

Marlow destaca que muitas notícias ruins já foram incorporadas nos preços e que o descolamento do real em relação aos fundamentos dos termos de troca já é acentuado. Os prêmios de risco, nota o economista, também são relativamente altos. “Um aperto monetário maior provavelmente dará algum suporte ao real. No entanto, duvidamos que uma recuperação da moeda brasileira ocorra durante as eleições e esperamos que o real permaneça sob pressão no próximo ano e depois”, afirma.

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