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Captação da indústria de fundos em 2024 é a 3ª melhor dos últimos 5 anos, mostra Anbima

Segmento de investidores pessoa jurídica foi responsável pelo maior volume de aportes no período

Captação da indústria de fundos em 2024 é a 3ª melhor dos últimos 5 anos, mostra Anbima
Mercado financeiro (Foto: Adobe Stock)

A indústria de fundos registrou captação líquida de R$ 60,7 bilhões em 2024, revertendo a forte saída de recursos de 2023, quando a captação líquida ficou negativa em R$ 106,2 bilhões, conforme dados divulgados nesta terça-feira (7) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O desempenho do período foi o terceiro melhor nos últimos cinco anos, ficando atrás apenas dos saldos de 2021 (R$ 405,7 bilhões) e 2020 (R$ 176,5 bilhões).

O patrimônio líquido (PL) da indústria chegou a R$ 9,2 trilhões, o que representa aumento de 10,1% na comparação com o acumulado do ano anterior, que terminou com R$ 8,4 trilhões. O número de fundos subiu 2,7%, para 31.761, e o de gestores avançou 4,4%, para 1.037.

O segmento de investidores pessoa jurídica (PJ) foi responsável pelo maior volume de aportes do período, totalizando R$ 172,1 bilhões. Os investidores institucionais vieram em seguida, com R$ 63,8 bilhões. Já os investidores pessoa física (PF) somaram saques de R$ 26,5 bilhões.

Captação por classe

A classe de multimercados apresentou resgate líquido de R$ 356,7 bilhões em 2024, o pior desempenho do ano, seguida pelos fundos de ações, que tiveram saída líquida de R$ 10 bilhões. Já a classe de renda fixa foi o destaque positivo, com captação líquida de R$ 243 bilhões, sendo um movimento de R$ 156,2 bilhões no tipo duração e crédito livres.

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“É um reflexo de incerteza mais alta, taxa de juros maior, então os investidores acabam migrando para investimentos mais conservadores”, afirmou Pedro Rudge, diretor da Anbima, em coletiva. “A expectativa é que em 2025 a renda fixa continue como uma locomotiva de captação dos fundos.”

Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) acumularam captação de R$ 113,5 bilhões em 2024, com um movimento de R$ 44,6 bilhões concentrado em um FIDC do tipo Agro, Indústria e Comércio. Ainda, os fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) tiveram resgates de R$ 1 bilhão no último ano, enquanto os fundos de previdência tiveram captação líquida de R$ 37,4 bilhões.

Destaque para o segmento de crédito privado. Os fundos de renda fixa com 50% a 70% de crédito privado totalizaram R$ 113 em captação líquida até novembro de 2024. Além disso, o número de fundos que investem em crédito privado cresceu 49% até novembro de 2024, para 2.070, ante novembro de 2023.

“A participação desses fundos tem crescido, seja em número quanto em patrimônio líquido. É uma resposta dos agentes de mercado a esse cenário de juros mais altos, com demanda por esse tipo de produto”, avalia Rudge, acrescentando ser também uma diversificação de negócios pelas gestoras.

Infraestrutura e Fiagro

Os fundos de infraestrutura tiveram entrada líquida de R$ 109 bilhões no ano passado até novembro, chegando a um PL de R$ 186,4 bilhões. O número de contas cresceu 200%, para 985.645, e o de fundos chegou a 1.201. Rudge, da Anbima, destaca que a isenção de imposto de renda para esses fundos segue como fator de apoio para a atratividade do produto.

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E os fundos de investimento em cadeias do agronegócio (Fiagros) apresentaram captação líquida de R$ 1,2 bilhão em 2024 até novembro. O PL desse segmento chegou a R$ 40,5 bilhões, ante R$ 20,6 bilhões em novembro de 2023.