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Cemig (CMIG4) pode distribuir até R$ 4,47 bi em dividendos em 2024, diz BTG

Ao comentar o balanço da companhia, o banco destaca que o resultado relacionado ao lucro superou a expectativa

Cemig (CMIG4) pode distribuir até R$ 4,47 bi em dividendos em 2024, diz BTG
Prédio da Cemig. (Foto: Divulgação Cemig)

A Cemig (CMIG4) pode distribuir até R$ 4,47 bilhões em dividendos para o ano de 2024, o que corresponde a um valor por ação de R$ 1,56, estima o BTG Pactual (BPAC11). Se confirmado, significaria um rendimento (dividend yield) de 14%.

A estimativa leva em conta que a Cemig já se comprometeu o pagamento de um total de R$ 2,24 bilhões em dividendos e juros sobre capital na primeira metade do ano, incluindo R$ 1,42 bilhão, ou R$ 0,50 por ação, anunciado ontem, relacionado a reservas de dividendos obrigatórios não distribuídos. Adicionalmente, a equipe de análise do BTG Pactual considera a venda da Aliança Energia à Vale (VALE3), também anunciada ontem, que deve gerar um impacto de R$ 1,1 bilhão no lucro líquido do terceiro trimestre.

“O forte resultado líquido do primeiro semestre de R$ 2,84 bilhões combinado com o ganho do desinvestimento da Aliança Energia deve levar a um lucro líquido para o ano de R$ 6,1 bilhões. Assumindo um pagamento de 50% mais o dividendo extraordinário de R$ 1,42 bilhão anunciado ontem, estamos falando de um dividendo potencial de R$ 4,47 bilhões para o ano”, escreveram os analistas João Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende.

Balanço

Para o BTG Pactual, o principal destaque da divulgação de resultados trimestrais da estatal mineira foi o tema dos dividendos. Ao comentar o desempenho operacional da companhia, a equipe do banco destacou que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superou em 2% a expectativa.

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Os analistas consideram um valor de R$ 1,86 bilhão, que exclui equivalência patrimonial, provisões e reversões, despesas com programa de demissão voluntária, entre outros itens. Por esse critério, o Ebitda trimestral ficou 5% acima do verificado um ano antes, impulsionado pelo bom desempenho da distribuição, mas pressionado pelos resultados mais fracos da Geração e Transmissão, Comercialização e Gasmig.

Na distribuição, além do crescimento de 2,9% nos volumes distribuídos, favorecido pelas altas temperaturas, chamou a atenção dos analistas o “controle rígido de custos”, com um crescimento das despesas com Pessoal, Materiais e Serviços (PMS) de 2,6% na comparação anual, pelo critério ajustado.

Na área de Geração e Transmissão (GeT) e Trading, os profissionais salientaram a queda de 11% no Ebitda do segmento, relacionado aos spreads menores no braço de trading, enquanto na Gasmig o Ebitda caiu 7% devido a menores volumes vendidos (-6%) e o fim de parcela compensatória.

Os analistas também citaram que os resultados financeiros foram beneficiados por uma baixa contábil no valor do imposto PIS/Cofins a ser reembolsado aos consumidores no valor de R$ 411 milhões e uma decisão judicial favorável que permitiu à empresa deduzir impostos de despesas relacionadas a um programa de alimentação dos trabalhadores R$ 50 milhões, o que propiciou um ganho financeiro líquido de R$ 118 milhões.

Por outro lado, a equivalência patrimonial ficou caiu 30% e ficou em R$ 39 milhões, impactado negativamente por um prejuízo líquido em Belo Monte de R$ 27,2 milhões. Com isso, o lucro líquido ficou em R$ 1,69 bilhão, ou R$ 1,04 bilhão quando ajustado pelos não recorrentes.

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