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CEO do C6 Bank afirma que lucro do 1º trimestre reforça apoio do JPMorgan

De acordo com ele, o lucro é consistente e deve crescer à medida que o banco aumenta seus negócios

CEO do C6 Bank afirma que lucro do 1º trimestre reforça apoio do JPMorgan
Foto: GABRIELA BILO / ESTADAO

O primeiro trimestre de lucro da história do C6 Bank é uma chancela que se junta à dada pelo JPMorgan Chase, o maior banco dos Estados Unidos, ao aumentar a participação na instituição brasileira, no ano passado, de acordo com o CEO do C6, Marcelo Kalim.

De acordo com ele, o lucro é consistente e deve crescer à medida que o banco aumenta seus negócios sem precisar expandir de forma relevante a estrutura operacional.

“Essa participação mais o nosso resultado trazem o que víamos, o JPMorgan também via, mas que o mercado com certeza não via, porque não sabe nossa realidade aqui dentro”, afirmou Kalim ao Broadcast.

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No primeiro trimestre deste ano, o C6 teve o primeiro lucro trimestral desde que foi criado, em 2019, de R$ 461 milhões, em um reflexo do crescimento das receitas, da carteira de crédito e também da queda da inadimplência. O C6 ampliou a participação de linhas de crédito garantidas na carteira, de 69% para 77%, ao longo do último ano, e essa proporção deve chegar a 80%, segundo o executivo.

Em agosto do ano passado, o JPMorgan Chase reforçou a aposta no C6, ampliando de 40% para 46% a participação que possui no capital do banco. “O banco demonstrou capacidade de crescer a sua base de clientes e balanço patrimonial em um ritmo constante e com alta alavancagem operacional – ingredientes essenciais para o sucesso no longo prazo”, disse em nota o chefe de estratégia e crescimento do JPMorgan Chase e executivo-chefe de varejo bancário internacional, Sanoke Viswanathan.

O C6 vem de dois anos de gestão intensiva do crédito. O aumento dos juros e da inadimplência em 2022 pesou sobre as provisões do C6 e intensificou os prejuízos, em um momento em que as receitas do banco eram menores. Em paralelo à diversificação de fontes de resultado, a instituição fez uma revisão das concessões, paralisando em alguns públicos e reduzindo limites ou pedindo garantias a outros.

O processo está encerrado, de acordo com Kalim. “O nosso balanço está totalmente limpo, tanto que o indicador de inadimplência está em 3,2% da carteira”, afirmou. No final do primeiro trimestre do ano passado, os atrasos respondiam por 4,7% dos empréstimos do banco. A expectativa é de relativa estabilidade daqui em diante, com pequenas variações para mais ou para menos.

Crescimento

Após o equacionamento e com a perspectiva de lucros crescentes, o C6 espera aumentar em mais 51% a carteira de crédito até o final do ano, para R$ 70 bilhões. O CEO do banco disse que devem ganhar espaço na carteira produtos como o financiamento de veículos e as linhas para pessoas jurídicas, enquanto o consignado, responsável em março por 48% dos R$ 46,3 bilhões em operações, deve perder espaço, embora ainda cresça.

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“O consignado cresceu bastante, mas estamos com um tamanho de carteira em que é difícil continuarmos crescendo com a mesma velocidade que tivemos”, disse Kalim. Nas receitas com serviços, também se espera avanço, ainda que de forma mais tímida que nas margens com empréstimos, dado que o C6 não cobra uma série de tarifas que os bancos tradicionais costumam cobrar.

Em outra frente, a dos depósitos, o C6 cresceu 56,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023, chegando a R$ 50,4 bilhões em captações. O ritmo de captação está maior que nos últimos trimestres, o que reflete, segundo o CEO do banco, que a estratégia de buscar clientes de alta renda e torná-los fiéis deu resultados.

Tradicionalmente, os clientes de alta renda são mais “poupadores”, o que significa que levam mais depósitos para os bancos. O ato de o cliente deixar o depósito em uma instituição mostra um grau de fidelidade maior, afinal, é a partir do saldo que ele fará pagamentos, investimentos e outras movimentações financeiras.

As perspectivas do banco consideram que a economia brasileira vai operar neste ano em ritmo próximo ao observado em 2023. Era uma visão que o C6 tinha no final do ano passado, e que não mudou mesmo com a deterioração de expectativas globais e locais das últimas semanas. “Nunca estivemos muito pessimistas ou otimistas com a economia. Víamos um ano muito parecido com o ano passado, e é o que continuamos vendo.”

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