A venda de aeroportos da Motiva (MOTV3) deve ser a próxima grande etapa de reestruturação do portfólio da empresa, aposta o Citi, após o recente “sucesso” na operação envolvendo a concessão da MSVia. Para o banco, é uma oportunidade interessante de alocação de capital.
“A avaliação mais alta dos aeroportos internacionais pode proporcionar uma grande injeção de capital, enquanto os blocos de aeroportos brasileiros podem criar valor por meio da simplificação do balanço patrimonial (mesmo se avaliados com desconto)”, apontam os analistas Filipe Nielsen e Stephen Trent, em relatório enviado a clientes.
Para eles, o balanço patrimonial desalavancado resultante pode proporcionar capacidade para licitar novas concessões, reduzir despesas financeiras, permitir melhorias na eficiência fiscal e abrir espaço para dividendos. “Uma possível venda acima de R$ 8,6 bilhões de valor patrimonial parece ser crível, e nossa análise sugere espaço suficiente para avaliações acima desse nível”, analisam.
O time de analistas menciona ainda a inclusão da MSVia em seu modelo de avaliação, o que pode adicionar uma importante expansão de receita e margem, embora o tráfego de pedágio e mobilidade mais fracos do que o esperado no segundo trimestre deste ano devem compensar para baixo a contribuição da concessão.
“Considerando a probabilidade de um anúncio (da venda de aeroportos) ainda este ano, a criação de valor parece interessante em muitos aspectos. Embora as estimativas de tráfego mais brandas e as taxas de juros mais altas reduzam nosso preço-alvo, reiteramos nossa visão positiva sobre a Motiva, enxergando uma TIR de 13% para a ação”, concluem. O Citi tem recomendação de compra para os papéis da Motiva, e o preço-alvo foi reduzido de R$ 16,40 para R$ 15,20, o que representa um potencial de alta de 22,1% ante o fechamento de ontem, segunda-feira (21).