A CVC (CVCB3) apresentou um crescimento melhor que o esperado na Argentina, impulsionado pelo ambiente macroeconômico e pelo B2B (venda para outras empresas), especialmente pela Rextur Advance e pelo relançamento da Visual. Para o Citi, no entanto, ainda há desafios, por isso o banco mantém sua recomendação neutra para as ações da companhia.
O banco elevou o preço-alvo para as ações da CVC de R$ 2,20 para R$ 2,50, após incorporar estimativas de lucro mais elevadas e uma taxa de desconto mais baixa (para 15,9%, de 16,6%). O valor representa 8,22% de potencial valorização frente ao fechamento do papel na segunda-feira (21).
Segundo o Citi, o B2C tem desacelerado e aparentemente sofrido com um cenário de demanda mais ampla (e mais lenta) por viagens no Brasil, o que o banco atribui ao efeito da alta Selic nos gastos com passagens mais caras. Em relatório, a equipe de análise acrescenta que a CVC também está realizando sua gestão de passivos e conseguiu reduzir sua dívida onerosa. “Lembre-se de que o alto endividamento da empresa e o custo de dívida excepcionalmente alto têm sido as principais razões para nossa postura cautelosa em relação ao nome”, escreve.
Com relação aos resultados do segundo trimestre do ano, o Citi projeta bom crescimento de reservas e embarques, estimando que as reservas brutas aumentem 15% ano contra ano, impulsionadas por Argentina (+35% ano contra ano) e B2B em alta de 18% em comparação anual. Por outro lado, estima que o B2C desacelere para 4% na comparação anual.
É esperado um crescimento ligeiramente maior para embarques, dada a sazonalidade usual do trimestre (+18%), o que, combinado com uma taxa de captação mais baixa (-30 pontos-base (bps) ano contra ano para 8,8% devido ao efeito de mix), leva a uma receita líquida em alta de 15% em perspectiva anual.
O banco também estima alguma alavancagem operacional, já que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado deve aumentar 22% na comparação anual. No entanto, o Citi também avalia que as despesas financeiras elevadas levam a um prejuízo líquido de quase R$ 30 milhões.