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Citi: inconsistência da Americanas gera sentimento negativo no mercado

“Desnecessário dizer que isso deve gerar um grande sentimento negativo, dado golpe na credibilidade", comenta

Citi: inconsistência da Americanas gera sentimento negativo no mercado
Entrada de loja da Americanas (AMER3). Crédito: divulgação

O Citi comenta que gera um sentimento negativo a notícia de que a Americanas (AMER3) detectou inconsistências contábeis na ordem de R$ 20 bilhões na data base de 30 de setembro de 2022. Com isso, o CEO Sergio Rial e o CFO Andre Covre, que haviam assumido o cargo em 2 de janeiro, deixaram os postos após a revisão contábil interna. Assumirá interinamente como CEO e DRI, o chefe de RH e ex-CTO João Guerra, com mais de 30 anos na companhia.

“Desnecessário dizer que isso deve gerar um grande sentimento negativo, dado o golpe na credibilidade/governança. Recentemente, atualizamos a ação para recomendação neutra, devido ao maior ceticismo sobre o crescimento online”, comenta o banco, que tem preço-alvo de R$ 15,70 para a ação da Americanas, o que representa um potencial de alta de 30,8% sobre o último fechamento.

O Citi reforça que, por enquanto, o que se sabe é que existem várias “inconsistências contábeis”, incluindo existência de maiores operações de financiamento a fornecedores (no terceiro trimestre de 2022, fornecedores atingiram R$ 5 bilhões); e as estimativas iniciais indicam que o impacto no caixa não é significativo. No entanto, as estimativas ainda estão em revisão e seu valor de fato dependerá da conclusão de uma revisão de auditoria independente, afirmam João Pedro Soares e Felipe Reboredo.

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Além disso, os acionistas de referência da Americanas (donos de cerca de 30% da companhia) “pretendem continuar apoiando” a empresa, segundo informou a companhia. “Muito cedo para dizer se isso realmente se traduz em financiamento – por exemplo, apoiando um aumento de capital. Nesta fase, não podemos avaliar o tamanho do passivo real da empresa (no terceiro trimestre de 2022, a dívida líquida era de R$ 10 bilhões e alavancagem de 3,3 vezes a dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses). Claramente, este ainda é o começo de uma longa e complexa história”, finalizam os analistas.