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XP: Recomendação para Americanas está sob revisão após inconsistências

XP considera que fato relevante da Americanas adiciona riscos para tese de investimentos da empresa

XP: Recomendação para Americanas está sob revisão após inconsistências
Entrada de loja da Americanas (AMER3). Crédito: divulgação

A XP considera que o fato relevante da Americanas de quarta-feira (11) à noite, que comunica a renúncia de Sergio Rial ao cargo de CEO e de André Covre à posição de CFO e Diretor de Relações com Investidores por inconsistências contábeis – com impacto avaliado em R$ 20 bilhões, mas com efeito limitado no caixa, segundo a companhia – adiciona diversos riscos para a tese de investimentos da empresa, o que faz a corretora colocar a recomendação para a Americanas sob uma revisão.

“Estamos colocando a cobertura de Americanas (AMER3) sob revisão, dada a falta de visibilidade sobre o que de fato aconteceu e os impactos efetivos a serem observados nas demonstrações financeiras da companhia”, escrevem Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt.

Segundo a corretora, a saída de Rial pode ser vista pelos investidores como um alerta de mais riscos à frente, visto que “o executivo era um pilar importante para sustentar o processo de transformação da companhia, devido a seu histórico de execução, gestão focada na redução de custos e credibilidade com o mercado”.

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O anúncio pode implicar em três efeitos negativos para o caixa da empresa, avalia a XP: maior alavancagem, dado que o endividamento da Americanas pode aumentar dependendo dos ajustes em seu balanço patrimonial; maior custo de dívida, por conta da maior percepção de risco de crédito e liquidez; e deterioração do capital de giro, dado que a companhia poderá ter problemas em manter os dias de pagamento a fornecedores, por conta de seu ciclo de caixa pior.

Para a corretora, também há riscos de processos judiciais nos EUA, dado que a companhia apresenta American Depositary Receipts (ADRs) negociadas no país, como observado em casos semelhantes onde acionistas minoritários foram prejudicados por decisões de executivos. A XP cita como exemplos os cases de JBS e IRB.

Destacando os cenários macroeconômico e competitivo desafiadores, os analistas reiteram que mantêm visão cautelosa com o segmento por conta da menor renda disponível, aumento da taxa de juros e competição mais acirrada.