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Citi rebaixa recomendação da Petrobras (PETR3; PETR4); fique por dentro

A mudança na política de dividendos foi citada pelo banco

Citi rebaixa recomendação da Petrobras (PETR3; PETR4); fique por dentro
Petrobras (PETR4) paga 2ª parcela de dividendos bilionários; veja valor por ação. Foto: REUTERS/Sergio Moraes

O Citi rebaixou a recomendação da Petrobras (PETR3; PETR4) de compra para neutro/alto risco e reduziu o preço-alvo do American Depositary Receipt (ADR) em 26%, de US$ 19,00 para US$ 14,00. A visão da nova administração da estatal sobre política de preços, dividendos e investimentos (capex) fez com que o ceticismo aumentasse, segundo os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona, e Joaquim Alves Atie.

O novo preço-alvo ainda representa um potencial de valorização de 12,8% sobre o fechamento de quarta-feira, 9. Barra, Cardona e Atie comentam que a estratégia da empresa, até então bem sucedida, de gerar valor para os acionistas era feita por meio de quatro pilares principais: crescimento da produção, sustentado por novos ativos de pré-sal; desalavancagem por meio de uma clara política de dividendos; alocação racional de capital, que englobou um minucioso plano de desinvestimentos; e uma política de preços de combustíveis que seguia de forma independente a paridade internacional de preços.

Com a nova política de preços de combustíveis, o Citi estima um impacto negativo de US$ 13,9 bilhões por ano no segmento downstream caso a empresa importe 100% dos volumes de gasolina e diesel. “A recente dissociação do preço doméstico da Petrobras nos preços do diesel e da gasolina da antiga referência do Preço de Paridade Internacional (PPI) traz questões adicionais para o cenário futuro – principalmente sobre quem vai importar e abastecer a demanda doméstica com a atual janela de importação fechada”, comenta.

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Os analistas também destacam um risco em relação ao capex, visto que o plano de investimento da Petrobras atingiu um valor recorde (superior a US$ 200 bilhões) no período de 2010 a 2014, alinhado com um retorno ruim que resultou em um nível de endividamento mais alto. “Acreditamos que este é um grande risco para a Petrobras, pois a combinação de um capex mais alto com baixo retorno apagaria uma parte material do valor da companhia no médio e longo prazo. Seguir uma alocação racional de capital é importante para a história de longo prazo da empresa, mas o cenário atual é confuso e a nova administração provavelmente revisará o novo plano de capex até o terceiro trimestre de 2023, que pode chegar a cerca de US$ 100 bilhões, em nossa opinião”, afirmam.

Por último, a recente mudança na política de dividendos da empresa diminuiu para 45% (ante 60%) o payout sobre a fórmula OCF-Capex, incluindo M&As, o que significa um menor rendimento de dividendos. “Acreditamos que a principal discussão é até que ponto o rendimento de dividendos da Petrobras está em comparação com as principais petrolíferas da União Europeia e dos Estados Unidos. Neste ponto, não vemos espaço suficiente um desempenho forte do ADR da Petrobras, já que a diferença ante pares internacionais diminuiu recentemente, sustentando nossa recomendação neutra”, avaliam Barra, Cardona e Atie.