Citi vê Petrobras (PETR3;PETR4) como boa opção de investimento, mas faz ressalvas
Relatório destaca potencial de alta das ações da petroleira, mas alerta para riscos ligados a fluxo de investimentos (capex), incluindo fusões e aquisições
Veja o que pensa o banco Citi sobre a Petrobras (PETR3;PETR4) (Foto: Pedro Kirilos/Estadão)
O Citi avaliou em relatório que a Petrobras (PETR3;PETR4) se mantém como uma boa opção de investimento entre as ações brasileiras, principalmente devido ao anúncio resiliente de dividendos. Contudo, reitera a recomendação neutra para as ações da estatal. O banco aponta que, apesar de uma possível redução de fluxo de investimentos no nome motivada por incertezas eleitorais, a Petrobras pode não ser a melhor escolha para quem deseja aproveitar esse cenário.
O preço-alvo do Citi é de R$ 35 por ação ordinária (ON) e US$ 12,5 por American Depositary Receipts (ADR), o que significa potencial alta de 13,6% e 9,8%, respectivamente, sobre o fechamento de ontem (12).
De acordo com o relatório, a melhoria na produção da Petrobras pode parcialmente atenuar a eventual queda nos preços do petróleo. Entretanto, é esperado um aumento do desembolso de capital (capex) para 2025, e há expectativa de que a empresa reduza sua orientação de capex para 2026, uma estratégia para evitar uma elevação acentuada da alavancagem em um cenário de preços de petróleo em baixa.
Os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Pedro Gama destacam ainda o aquecimento das discussões sobre fusões e aquisições. Eles acreditam que o potencial leilão de áreas não contratadas de O&G tem uma grande probabilidade de ocorrer e pode impactar o fluxo de caixa livre (FCF) da Petrobras em US$ 1,5 bilhão ou 2% do dividend yield (índice de rendimento do dividendo). No setor de etanol, avaliam que pode ocorrer uma aquisição em 2026, implicando um impacto de US$ 1 bilhão ou 1% do dividend yield.
Em relação ao retorno ao negócio de GLP, acreditam que isso poderia ocorrer por meio da aquisição de um distribuidor de gás liquefeito de petróleo (GLP) relevante. Já a volta à distribuição de combustíveis poderia ser por meio da aquisição da Vibra (VBBR3), já que, quando a Petrobras vendeu a BR Distribuidora, assinou um contrato com cláusula de não concorrência até 2029.
“Portanto, se a Petrobras quiser retornar a essa indústria, o principal caminho, em nossa visão, poderia ser a aquisição da Vibra, implicando um desembolso de cerca de US$ 7 bilhões, considerando a cláusula de poison pill estabelecida no estatuto da Vibra”, escrevem.