Os contratos futuros de cobre fecharam em queda nesta terça-feira (28). O recuo se deu em meio à maior cautela generalizada nos mercados internacionais, com preocupações ligadas aos cortes de energia na China e declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, no radar.
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Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre em entrega prevista em dezembro recuou 1,03%, a US$ 4,2450 por libra-peso.
Analistas do Jefferies afirmam que a escassez de carvão na China, causada por fortes restrições de demanda e oferta, representa um risco para os preços dos metais básicos e do minério de ferro no curto prazo. Algumas fábricas chinesas terão de fechar por causa da falta de carvão, e as restrições ao uso de energia não devem diminuir antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim no próximo mês de fevereiro, preveem.
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Analista do Commerzbank, Barbara Lambrecht observa que os preços dos metais básicos têm apresentado tendência mista nos últimos dias. “Como resposta aos cortes de energia, o governo chinês obrigou diversas indústrias a reduzir sua produção”. Em relatório, Lambrecht pontua que a China se prepara para liberar mais estoques de suas reservas estatais, com vendas em 9 de outubro, no quarto leilão do ano. “A China terá então liberado um total de 570 mil toneladas de metais de suas reservas. Até agora, porém, o impacto sobre os preços tem sido bem pequeno”.
Neste cenário, a Nomura revisou para baixo sua projeção de crescimento da China neste ano, de alta de 8,2% para 7,7%. O Goldman Sachs também cortou sua projeção para 2021, de 8,2% para 7,9%.
No radar dos investidores, esteve ainda o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Senado. Apesar de ter afirmado na semana passada que há progresso nas condições econômicas dos EUA, Powell ressaltou hoje que os EUA ainda “estão longe” de atingir o máximo emprego. Tal indicador tem sido monitorado por refletir na decisão para início do tapering pelo banco central americano. Há também temor no curto prazo com o impasse para a elevação do teto da dívida e sua potencial consequência negativa.