A confiança do consumidor subiu 2,5 pontos em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 87,0 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice encolheu 0,3 ponto, quarto mês seguido de queda.
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“Após dois meses em queda, a confiança dos consumidores sobe em março influenciada por uma melhora da percepção da situação atual e das expectativas para os próximos meses”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
“Contudo, apesar do resultado positivo, os movimentos são bastante heterogêneos e talvez contraditórios entre faixas de renda, o que ainda dificulta a sinalização de uma tendência mais clara para os próximos meses. O cenário econômico se mantém com taxas de juros elevadas, resiliência da incerteza e desaceleração do mercado de trabalho com redução da atividade. Sem alterações significativas, é possível continuar patinando em torno de um mesmo patamar de confiança nos próximos meses”, acrescentou Bittencourt.
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Em março, o Índice de Situação Atual (ISA) avançou 2,7 pontos, para 72,0 pontos. O Índice de Expectativas (IE) subiu 2,2 pontos, para 98,0 pontos.
No ISA, o item que mede a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias subiu 5,3 pontos, para 64,1 pontos. Já a avaliação sobre a situação econômica atual se mantém estável, com variação de 0,1 ponto, para 80,4 pontos.
O componente que mede intenção de compras de bens duráveis foi o que mais influenciou a alta do índice de confiança em março, com elevação de 7,9 pontos, para 84,8 pontos. O item que mensura as perspectivas sobre a situação financeira futura recuou 2,4 pontos, para 96,6 pontos. O componente que mede a avaliação sobre a situação econômica futura subiu 0,6 ponto, para 112,8 pontos.
A análise por faixa de renda mostra resultados heterogêneos entre os níveis de renda. A alta da confiança em março foi impulsionada pela melhora entre os consumidores com renda familiar abaixo de R$ 2.100,00 mensais, alta de 4,0 pontos, e no grupo que recebe de R$ 4.800,01 a R$ 9.600,00, avanço de 3,1 pontos.
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“Há uma percepção de melhora da situação financeira das famílias de menor poder aquisitivo, mas que partem de um patamar extremamente baixo em termos históricos”, ressaltou a FGV.
As famílias com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800 mensais registraram ligeiro recuo de 0,1 ponto na confiança. Para os consumidores com maior poder aquisitivo, com renda mensal acima de R$ 9.600, o ICC caiu 0,8 ponto, influenciado pela piora das expectativas.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1 e 22 de março.