Após diversas movimentações de fusões e aquisições (M&As) no setor financeiro nos últimos anos, a principal tendência que deve continuar em 2024 é a consolidação no segmento de investimentos alternativos. A avaliação é de Priscila Rosas, sócia da Fortezza Partners, assessoria especializada em M&As.
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O contexto para as gestoras de fundos é de um “cenário mais favorável” agora, depois de um período desafiador, avalia Rosas. Ela descreve que, em meio à queda da taxa básica de juros em 2020-2021, a quantidade de assets aumentou, aproveitando a propensão de investidores a buscarem alternativas de retorno.
No entanto, conforme os juros voltaram a subir, o dinheiro retornou à renda fixa, levando o capital a produtos bancários e fundos de crédito – que se beneficiaram até os eventos de Americanas e Light, no início de 2023, quando então passaram a sofrer com resgates. “O mercado ficou competitivo. Dificilmente tantas casas conseguem gerar alfa (retorno superior ao CDI) em um contexto de juros altos. É normal ter consolidação depois de um boom da indústria”, afirma Rosas.
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Assim, a especialista observa que algumas gestoras – particularmente as que eram “monoproduto” – fecharam, sem conseguir sustentar a operação, enquanto outras partiram para movimentos de M&A para sobreviver. “Sobraram as [gestoras] mais resilientes”, Rosas observa, destacando que “a maior tendência hoje é a consolidação na indústria de investimentos alternativos” – ou ativos ilíquidos, como private equity, fundos imobiliários, fundos de infraestrutura e fundos de special situations.
Rosas menciona algumas transações recentes: BTG adquiriu a Signal Capital; Pátria adquiriu a área de private equity da abrdn e a área de fundos imobiliários do Credit Suisse; VBI Real Estate adquiriu a Bari Asset; Valora adquiriu a Mogno Capital; AZ Quest adquiriu 50% da Panorama Capital; Vinci adquiriu a Compass e a SPS Capital; e a fusão entre Mauá Capital e Jive Investments.
“As movimentações mais relevantes na indústria [de fundos] foram as consolidações de investimentos alternativos, que são ativos mais resilientes a crises”, afirma a sócia da Fortezza Partners. Ela destaca os fundos de infraestrutura, com “tendências bem positivas de crescimento” em meio à demanda do segmento.